1° de maio: Sem Terra fazem ocupação no Ceará

Mais de 700 trabalhadores rurais Sem Terra ocuparam na manhã de terça-feira, dia 1° de maio, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará. Os trabalhadores montaram um acampamento em frente ao prédio e aguardam uma audiência com o governador para negociar as suas reivindicações.

Além de montar acampamento, 100 trabalhadores do MST participaram de uma macha no Conjunto Palmeiras com a presença de mais de 1.000 pessoas de movimentos sociais, entidades, pastorais e outros movimentos de Fortaleza. O objetivo era fazer do 1° de maio um dia de luta por moradia, terra, trabalho.

Na manhã de ontem, dia 2, os trabalhadores entregaram ao secretário executivo do Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace), Wilson Brandão, a pauta com as reivindicações do Movimento. Entre os principais pontos reivindicados está a implantação de um plano de convivência com o semi-árido. No Ceará 80% da produção de grãos está comprometida por conta da grande estiagem que aconteceu no estado durante esses primeiros meses.

Na pauta também, o processo de Reforma Agrária no estado. Os trabalhadores exigem que o programa de Reforma Agrária seja implementado pelo governo federal, tendo em vista o total descaso do governo estadual com os assentamentos. As famílias denunciam a falta de linhas de crédito estaduais, assistência técnica e falta de infra-estrutura, como escolas e postos de saúde.

No Ceará existem 28 acampamentos com 1.100 famílias acampadas à espera de serem assentadas. Muitos dos acampados aguardam por terra há mais de quatro anos. Os Sem Terra também aguardam por uma audiência com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para rediscutir os prazos das desapropriações e imissões de posse das áreas ocupadas.

O acampamento é por tempo indeterminado, uma das vias da Avenida Bezerra de Menezes foi ocupada e caso não haja avanço nas negociações, os trabalhadores afirmam que vão paralisar a outra pista da Avenida.