Criminalização: trabalhadores são presos durante os protestos

atualizada às 16h40

Vinte militantes do MST foram presos pela Polícia Militar no Rio de Janeiro após negociarem a liberação da BR 393 – Rodovia Lúcio Meira, na altura de Dorândia, em Barra do Piraí, no Sul Fluminense. Dois dirigentes foram presos quando caminhavam às margens da rodovia em direção ao acampamento Maria Crioula, sem qualquer acusação, os outros foram presos já dentro da área, ocupada pelas famílias Sem Terra desde 15 de abril. A prisão ocorreu depois que os cerca de 100 trabalhadores rurais Sem Terra já haviam deixado as duas pistas, que foram fechadas por cerca de uma hora.

Um ônibus da Polícia Militar entrou no acampamento e prendeu os acampados sem apresentar um motivo. Todos foram levados para a 88ª Delegacia de Barra do Piraí. De lá, foram transferidos para a Delegacia da Polícia Federal de Volta Redonda. Os presos estão incomunicáveis e já há movimentação de parlamentares em direção ao local.

Os dois dirigentes presos são filhos de assentados da Reforma Agrária e trabalham na mobilização dos agricultores a região Sul do estado do Rio. Francisco Lima é advogado e participa da Rede Nacional de Advogados Populares. Já Luciana Miranda é pedagoga e coordenadora do MST.

A rodovia BR 393 foi ocupada às 10horas da manhã e as pistas já foram liberadas. A Polícia Militar chegou a enviar o Batalhão de Choque ao local, supostamente para conter a manifestação pacífica. Sem negociação, os agricultores saíram do local após manter a ocupação por uma hora. Agora à tarde os manifestantes se dirigem para a agência do INSS, em Volta Redonda.

Em São Paulo, os dois ônibus que transportavam cerca de 100 militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que participaram esta manhã da paralisação da Rodovia Piaçagüera-Guarujá, no sentido Cubatão/Guarujá, foram detidos pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar, por volta das 9h30 da manhã.

Os trabalhadores mantiveram bloqueadas, por duas horas, as duas rodovias da Baixada Santista, no litoral paulista. Também participaram da ação os Sem Teto, sindicalistas e militantes da esquerda. O Batalhão de Choque chegou por volta da 9h10 com muita truculência.

Depois de prestarem algumas informações, os dois ônibus foram liberados pela Polícia.