Trabalhadores protestam e paralisam transporte no RS

Cerca de 2.000 trabalhadores marcham em Porto Alegre pela manutenção dos direitos trabalhistas e pelo aumento de 19,86% do piso salarial regional. Os integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) também realizam protestos em frente à Secretaria da Fazenda e na Prefeitura, junto com os servidores do município, que entraram em greve nesta quarta-feira. Já a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) faz mobilizações na capital e em Santa Cruz do Sul.

Na avaliação de Celso Woyciechowski, presidente da CUT no Rio Grande do Sul, a proposta significa o fim dos direitos trabalhistas no Brasil. “É que a Emenda 3 precariza ainda mais as relações de trabalho, cria a possibilidade da contratação de trabalhadores por nota fiscal e não mais por carteira de trabalho, acabando dessa forma com direitos como greve, fundo de garantia, 13º salário e férias”, diz.

Pela manhã, outros 3.000 manifestantes caminharam pelo centro de Porto Alegre e seguiram até a prefeitura. Lá, realizam ato público juntamente com os servidores municipais, que entraram em greve nesta quarta-feira. Já em Santa Cruz do Sul, os protestos acontecem no centro da cidade. As mobilizações integram a jornada nacional de lutas contra a política econômica e em defesa dos direitos trabalhistas, que acontecem durante o dia em todo o país.

De acordo com Vera Guasso, integrante da coordenação do Conlutas no Rio Grande do Sul, a reforma da previdência representa um dos principais perigos aos direitos dos trabalhadores. Ela enxerga que a Previdência precisa de ajustes, mas não a proposta defendida pelo governo federal.

“O governo está propondo aumentar a idade mínima de aposentadoria para 65 anos. Isso aumentará, em média, 15 anos de trabalho para a classe trabalhadora. Ele quer igualar a idade de aposentadoria de mulheres e homens, quando as mulheres, muitas vezes, triplicam a jornada de trabalho”, afirma.

Entre as reivindiações da CUT no estado está o reajuste de 19,86% do piso regional, respeitando a proporcionalidade original entre o piso e o salário mínimo. A CUT tambe´m realiza protesto em Panambi, Pelotas, Caxias do Sul e Passo Fundo. A Colutas, por sua vez, faz também uma servera critica ao projeto da Super-Receita, que une as estruturas da Secretaria da Receita Federal com a Secretaria da Receita Previdenciária. Na Super-Receita ainda consta a Emenda 3, que altera as relações de trabalho entre empregador e funcionário.

Paralisações

Em Pelotas (RS) os trabalhadores também realizaram mobilizações contra a política econômica. O transporte coletivo ficou paralisado até às 9 horas da manhã. Depois, sindicatos Os piquetes começaram a ser colocados ainda às 4h30 da manhã nas empresas. Em seguida os trabalhadores seguiram à avenida Bento Gonçalves, onde houve uma concentração de todos os trabalhadores. De eles saíram em caminhada até a prefeitura, onde houve um ato no final da manhã.

O ato em frente à prefeitura municipal contou com a presença de sindicatos de trabalhadores, servidores públicos, estudantes e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) e do Movimento Sem Terra (MST). Eles defenderam mudanças na política econômica do governo federal, reforma agrária, geração de emprego e moradia.

Em todo o Brasil, diferentes centrais sindicais e movimentos sociais realizaram protestos nesta quarta. A jornada nacional tem como objetivo defender, entre outras reivindicações, a geração de empregos, a manutenção de direitos trabalhistas e a reforma agrária.

Com informações da Agência Chasque