Movimentos sociais repudiam presença de dono da RCTV em solo brasileiro

Uma manifestação reuniu 40 lideranças dos movimentos sociais nesta quinta-feira, dia 28, contra a presença em nosso país do dono da RCTV venezuelana, Marcel Granier. Convidado pelos donos da mídia brasileira, Granier fez palestra no Hotel Meliá Mofarrej em um “ato em defesa da liberdade de imprensa”, organizado por diversas entidades dos magnatas da comunicação. Impedidos de “democraticamente” de entrar no recinto, os manifestantes protestaram no hall e em frente ao hotel.

Além de ser promotora do golpe de 2002 contra o governo eleito democraticamente do presidente Hugo Chávez, a emissora venezuelana, cuja concessão não foi renovada, está envolvida com crimes de sonegação de impostos, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, propaganda de prostituição, divulgação de pornografia e apropriação das contribuições previdenciárias de seus funcionários.

Carolina Ribeiro, representante do Coletivo Brasil de Comunicação (Intervozes), denunciou que os manifestantes foram impedidos de participar do ato organizado pelas patronais, anteriormente divulgado como público, o que revela qual é a “liberdade” que apregoam.

Conforme o Intervozes, a manifestação foi realizada em ”defesa da pluralidade, da diversidade das rádios comunitárias, do acesso aos meios de comunicação e ao conhecimento por toda a população, do fim das oligarquias na mídia”, além de lutar pela ”defesa de tantas outras bandeiras históricas construídas com o objetivo de democratizar a comunicação, assim como a sociedade brasileira como um todo”.

“Quando seus cifrões são contrariados e sua concessão vitalícia não é renovada, pois representam uma agressão à própria Constituição, como no caso da RCTV venezuelana, os feudos midiáticos rapidamente se unem, comportando-se não mais como ‘quarto poder’, mas como primeiro. Há uma identidade entre a forma irresponsável, leviana e golpista com que a chamada grande imprensa vem se comportando, tanto na Venezuela, como no Brasil. Por isso o nosso repúdio à presença do dono da RCTV”, declarou a secretária nacional de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti, que esteve presente ao ato.

Leia abaixo a nota assinada pelos movimentos sociais brasileiros, entre eles a CUT, UNE, MST, FNDC-BA, FNDC-MG e Abraço Metropolitana de BH, em repúdio à presença de Marcel Granier:

Marcel Granier: Persona non grata ao Povo Brasileiro Senado promove golpista

O nevoeiro já passou, mas a polêmica continua, reacesa com a decisão da Comissão de Relações Exteriores do Senado Brasileiro, de convidar o representante do grupo empresarial BC-1, Broadcasting Caracas, Marcel Granier, para falar aos senadores sobre a não renovação da concessão pública, cessando as transmissões no espaço público venezuelano do referido grupo empresarial.

Depois de percorrer a Europa e os Estados Unidos, Marcel chegou ao Brasil convidado pela ABERT – Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão. Continuará em solo brasileiro, sua campanha de mentiras, calúnias e ódio contra o legítimo e democrático governo de Hugo Frias Chávez, instigando a violência contra o povo venezuelano. O pretexto é defender a “liberdade de expressão na América Latina e no mundo livre”.

Senadores dizem que vão levar o caso ao Mercosul, portando-se como defensores desse grupo empresarial, que participou ativamente de um golpe de estado fracassado em 2002, que levou a morte de 14 pessoas na Venezuela.

Mesmo antes do governo de Chávez, o referido grupo já havia tido suas transmissões no espaço público venezuelano suspensas em várias ocasiões, pelos mais variados motivos.

Por estas e outras, repudiamos a posição dos senadores que cometeram este enorme equívoco, ao dar guarida a este golpista, como bem retrata o filme “a revolução não será televisionada”.

Comportam-se, deste jeito, como um “papagaio dos Estados Unidos” e de um grupo que fomenta o ódio e a guerra contra um país vizinho, livre e soberano, amigo do Brasil.

Toda esta campanha contra a Venezuela e seu povo, deve-se a que, o referido grupo julgava que as concessões de canais de rádio e televisão fossem vitalícias, quase como um direito natural e divino. E é isto que incomoda seus acólitos no Brasil e mundo afora.

Por estas e outras nós declaramos: Marcel Granier persona non grata ao povo brasileiro.
Brasil, 28 de junho de 2007.

CUT, UNE, UBES, MST, MAB, MAP, FEAB, MMC, PJR, CPT, Rede Social e Abraço

(Texto: Leonardo Severo portal da CUT)