Baixo custo e fácil uso garantem a importância do rádio para a informação

Carla Cobalchini.
de Cascavel (PR)

Olhos e ouvidos atentos. Bastaram cinco minutos de exibição do filme da rádio favela de Belo Horizonte, Uma Onda no ar…, para os cerca de oitenta participantes da oficina de rádio comunitária perceberem o fascínio e a força desse veículo. A oficina foi ministrada pelo Cefuria – Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo – e o Setor de Comunicação do MST no terceiro dia da 6° Jornada de Agroecologia, em Cascavel (PR).

O rádio ainda é um veículo de comunicação barato e de fácil operação, além de atingir mais de 90% da população brasileira. Cerca de dois mil reais são suficientes para a compra de uma mesa de som, microfones, CD Player, transmissor e antena. Por causa disso, os movimentos sociais, principalmente do campo, optam pelo rádio e o utilizam como instrumento de luta, servindo a comunidade, veiculando informação de qualidade e programas alternativos que resgatam cultura e valores dos camponeses.

Durante a oficina, o jornalista Anderson Moreira, do Cefuria, enfatizou o envolvimento da comunidade na rádio e o entendimento de que as rádios do MST podem ser um instrumento de diálogo com a população da cidade. No Paraná, vários acampamentos e assentamentos que operam rádios enviaram membros das brigadas para compor a equipe da Rádio Poste, que está no ar desde o segundo dia da Jornada. Enquanto a programação acontece nos espaços oficiais da jornada, os participantes que estão trabalhando na Feira da Reforma Agrária e nas cozinhas podem ouvir músicas e entrevistas sobre os temas do evento.