Mesmo em assentamento, violência continua em Pernambuco

Vinicius Mansur,
Radioagência NP

De acordo com a Relatoria Nacional para os Direitos Humanos à Alimentação Adequada, Água e Terra Rural, a violência contra trabalhadores rurais é um dos problemas mais graves na área do Engenho Prado, município de Tracunhaém, no interior do estado de Pernambuco.

Os casos mais recentes de violência são os assassinatos dos agricultores João José Gomes da Silva Filho e Severino Guilherme Lúcio da Silva, ambos aconteceram no último mês. As duas mortes foram citadas no ofício enviado pelo relator Clóvis Zimmerman aos ministros da Justiça e do Desenvolvimento Agrário, ao ouvidor Agrário Nacional e ao secretário de Defesa Social do estado.

De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT) a região do Engenho Prado é uma área de conflito desde 1997, quando agricultores já acampavam no local. Para a CPT, a violência não acabou com a desapropriação das terras em 2003, porque a infra-estrutura do assentamento não foi garantida pelo governo. Segundo a relatoria a área não tem água nem luz, as terras não foram demarcadas, os agricultores não tiveram acesso ao crédito para produzir e alguns assentados continuam vivendo debaixo de lonas.

As mortes estão sendo investigadas pela polícia. A CPT acredita que os agricultores foram executados, porque aconteceram em circunstâncias parecidas e pelas ameaças feitas frequentemente aos assentados.