MST realiza seu 13º Encontro de Educadores Sem Terra da Bahia

Com o tema: MST redesenhando a educação da classe trabalhadora do campo, o MST realizou entre os dias 26 a 29 de julho o seu 13° Encontro Estadual de Educadoras e Educadores. O evento aconteceu no Auditório Caetano Veloso, da Universidade Estadual da Bahia e contou com a participação de 450 educadores que atuam em áreas de assentamento e acampamentos nas nove regionais do estado (Sul, Extremo-Sul, Baixo-Sul, Sudoeste, Chapada, Recôncavo, Oeste, Norte e Nordeste), nos níveis básico, fundamental, médio e superior.

Durante o encontro se realizou debates sobre o cenário nacional e estadual das políticas públicas de educação no campo, e sobre as alternativas que vem sendo construídas através das experiências dos cursos formais do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) com o objetivo de ampliar e construir alternativas de expansão da escolarização dos jovens e adultos das áreas de Reforma como forma de garantir a juventude sem terra o direito a escolarização e o acesso a uma educação apropriada à realidade do campo.

Hoje o MST na Bahia realiza uma série de cursos profissionalizantes em parceria com universidades, como os de Magistério (parceria com a UNEB), Técnico-Agrícola (UESC), Gestão de Assentamentos e Técnico Comunitário de Saúde (UESB). Possui ainda os cursos superiores de Agronomia (parceria com a UNEB), Pedagogia da Terra e Letras da Terra (parcerias com a UNEB). Para o MST experiências positivas como o Pronera devem ser priorizadas pelo governo, como alternativas de expansão da educação no campo.

O projeto de Reforma Agrária exige um repensar da educação que assegure o acesso dos trabalhadores a conhecimentos e tecnologias apropriadas ao desenvolvimento social e econômico sustentável dos assentamentos e que possibilite avançar nas estratégias de resistência e desenvolvimento do campo, respeitando e valorizando a cultura dos povos do campo. Para isso é imprescindível que os sujeitos e em especial a juventude do campo que hoje esta fora da escola tenha o direito e o acesso à educação.

Um dos pontos altos do encontro foi o lançamento da Campanha de Erradicação do Analfabetismo nas áreas de Reforma Agrária do MST, o “Projeto Sim! Eu posso!”, uma parceria entre o MST, o Ministério da Educação e Secretaria de Educação da Bahia, que contou com a participação do secretario de Educação do estado, Adeum Sauer, a coordenadora da Educação do Campo Incra, Clarice Santos, Reitor da UNEB, Lourisval Valentim, entre outras autoridades.

Na ocasião foi assinado o convenio de parceria, onde a Secretaria estará concedendo os aparelhos de TV e DVDs necessário a campanha de Alfabetização projeto Sim eu posso! Na Bahia o MST inicia o projeto com a meta de alfabetizar 15 mil Sem Terra nos próximos três anos. A Bahia é o primeiro estado a lançar a campanha que o MST estará realizando a nível nacional, e que tem por objetivos: garantir o acesso e acelerar o processo de alfabetização e escolarização dos jovens e adultos que não tem o domínio da linguagem escrita; contribuir para que os assentamentos e acampamentos do MST se tornem territórios livres do analfabetismo; promover a elevação cultural e política do povo sem terra; elevar a consciência dos trabalhadores Sem Terra.

Ainda durante o encontro foi realizado um resgate histórico do concurso redação já realizados pelo MST e foi feito o lançamento do “Concurso de Arte-Educação: Como fazer a escola transformando a história”. O concurso tem por objetivo envolver todas as escolas e toda a base do MST na discussão do da escola e esse debate será traduzido em linguagens artísticas: desenhos, poesias, poemas, etc.

Neste ano o MST está completando 20 anos de atividades na Bahia, desde a primeira ocupação ocorrida no assentamento 4045, no município de Itamaraju. Hoje o MST se constitui de 150 acampamentos de Reforma Agrária, 119 assentamentos. As atividades de comemoração dos 20 anos acontecerão em setembro, e incluirão a produção de um site, vídeo-documentário e um arquivo histórico e o debate sobre os desafios de organização que vai desde a educação, a saúde, a produção visando a construção de alternativas de desenvolvimento dos assentamentos.