MST inicia curso de agroecologia e reivindica escola técnica

As famílias do MST, do Assentamento Ireno Alves do Santos e Marcos Freire, em Rio Bonito do Iguaçú, região central do Paraná, realizam nesta quarta-feira, dia 15, um Ato Político para abertura da primeira turma de pós-médio em Agroecologia, nos assentamentos.

A iniciativa faz parte do esforço dos movimentos sociais para a construção de um projeto de educação popular na Reforma Agrária, com ensino técnico e superior. O ato vai contar com a presença de várias autoridades, estudantes e trabalhadores da região.

O objetivo do MST é construir uma escola técnica em agroecologia, na antiga vila que fica dentro do assentamento Ireno Alves dos Santos, chamada de Vila Velha. O projeto está sendo discutido com um grupo de professores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), do campus de Dois Vizinhos. O local conta com a infra-estrutura de uma pequena cidade e foi construído pela Eletrosul para moradia dos empregados da Usina Salto Santiago, que após o término da construção da barragem abandonaram o local.

Para o Engenheiro Agrônomo do Centro de Desenvolvimento Sustentável e Capacitação em Agroecologia (Ceagro), de Cantagalo, Daniel Cordeiro Vieira, a construção da escola cria uma alternativa para a implementação da agroecologia e cooperação nos assentamentos, impulsiona o desenvolvimento regional e ajudar a manter os jovens no campo.

A primeira turma de agroecologia com cerca de 60 estudantes, começa a funcionar nesta quinta-feira, 16, como extensão do Ceagro, em parceria com a Escola Técnica da Universidade Federal do Paraná (ET-UFPR), e a prefeitura de Rio Bonito do Iguaçu. Os estudantes são filhos de assentados e pequenos agricultores de vários movimentos populares, ligados a Via Campesina.

O Assentamento Ireno Alves do Santos e Marcos Freire é formado por 1.500 famílias que foram assentadas em 1998, no antigo latifúndio Giacomet-Marodim. A área foi ocupada em 17 de abril de 1996 por mais de 3.000 trabalhadores do MST.