Romaria reúne milhares em Minas pela preservação dos recursos hídricos

Mais de 15 mil romeiros participaram ontem, dia 19, da 11ª edição da Romaria da Águas e da Terra, realizada em Belo Horizonte, Minas Gerais, cujo objetivo é buscar a transformação e a construção de uma sociedade justa e fraterna.

Nesta 11ª Romaria, os participantes denunciaram a privatização das águas, o absurdo que é o projeto de Transposição do Rio São Francisco, o sepultamento de mais de 200 córregos em BH, a mineração depredadora, a exclusão nas cidades, a falta de moradia e de direitos sociais, o desemprego, o alto custo da energia elétrica.

O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, a romaria é uma forma de envolver as pessoas nas lutas. “Nossa tradição bíblica comprova que a experiência de romaria, a condição de povo peregrino, inclui a conquista de uma profunda conscientização a respeito da vida, sua promoção e de diferentes aspectos da realidade social e política, indicando novos rumos e apontando novos comprometimentos. Esta é a grande finalidade desta Romaria. Em torno da terra e da água gravita a vida que deve ser promovida, considerando especialmente aqueles que estão na miséria e são vítimas do descaso”.

A idéia era buscar avançar na compreensão adequada dos problemas sociais, políticos e econômicos em torno das realidades da água e da terra, “somos chamados a efetivar e fecundar uma ação mais cidadã, garantindo legislação e ações governamentais de preservação, distribuição e promoção de condições para superar desigualdades históricas e injustiças vergonhosas”, diz Walmor.

A concentração começou por volta das 6 horas da manhã do domingo, quando os romeiros começaram a se reunir próximo ao Viaduto Ulisses Guimarães. Em seguida, eles partiram em caminhada por várias ruas da cidade, enquanto seguiam em celebração Eucarística. Por volta das 13 horas receberam a bênção final, na Praça da Estação. A programação seguiu com apresentações culturais.