Defensor quer inquérito para apurar denúncias em Bagé
O defensor público da União em Bagé, Robson de Souza, enviou ontem relatório à Justiça Federal e à Polícia Federal. Requisitou inquérito para apurar denúncias de atentados supostamente praticados por ruralistas de Bagé e região contra 500 integrantes do MST na madrugada de terça, dia 18.
Vindos de Pelotas, os Sem Terra estão acampados no ginásio na Sede Campestre do Clube Recreativo Brasileiro e ficam até a próxima sexta-feira, quando retomam a marcha a Coqueiros do Sul, reivindicando desapropriações das fazendas Guerra, na região, e Southal, em São Gabriel, além do assentamento de 2.500 famílias.
Conforme o defensor, não há como a Brigada Militar garantir a segurança durante a madrugada. Os ruralistas, num prédio ao lado do clube, teriam arremessado foguetes e pedras, causando danos ao patrimônio e risco aos acampados. A Defensoria recolheu cartuchos e fez fotos. No relatório, anexou informações de testemunhas afirmando que os agressores estariam portando armas e teriam cortado a energia do local. Sem mandado judicial, PMs teriam invadido o carro de mantimentos e apreendido utensílios de cozinha. O documento será levado ao Ministério da Justiça e à Secretaria de Direitos Humanos.
Para o defensor, “só o fato de os ruralistas se manifestarem no sentido de impedir a marcha é motivo para intervenção da Polícia Federal, pois demonstra necessidade de impedir grave conflito que a PM dá sinais de não ter condições de evitar”.