MST mobiliza 10 estados no primeiro dia de jornada

Em vários estados do país, trabalhadores rurais Sem Terra foram às ruas nessa segunda-feira, dia 24, para cobrar agilidade na realização da Reforma Agrária. A jornada nacional de lutas do MST reivindica o assentamento das 150 mil famílias acampadas em todo o país e denuncia o atual modelo econômico posto em prática pelo governo federal, que tem como prioridade o investimento nas grandes empresas do agronegócio, em detrimento do investimento da agricultura familiar.

“A Reforma Agrária está parada em todo o país. A política econômica do governo corta os recursos previstos no orçamento para a Reforma Agrária e não tem dado apoio aos assentamentos, como crédito para produção, além de obras de infra-estrutura, como habitação e escolas”, afirma Vanderlei Martini, da coordenação nacional do MST. “Por outro lado, gasta dinheiro na renegociação das dívidas dos latifundiários e nas grandes empresas do agronegócio, que concentram a terra e expulsam os trabalhadores do campo”, completa.

Foram ocupadas superintendências do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Em seis estados o Movimento fez atos em órgãos do Ministério da Fazenda para denunciar que o modelo econômico vigente inviabiliza a realização da Reforma Agrária e incentiva a expansão do agronegócio, que está baseado na concentração de terras para a produção de monocultura para exportação.

A jornada de lutas pretende denunciar também o abandono em que se encontra a agricultura familiar, já que o poder público investe cada vez mais dinheiro no agronegócio. Para a safra 2006/2007, foram repassados R$ 50 bilhões para os grandes produtores, enquanto apenas R$ 10 bilhões ficaram disponíveis para a agricultura camponesa (via Pronaf).

Panorama

Os protestos pretendem denunciar que a Reforma Agrária está parada em todo o país e denunciar que os trabalhadores e trabalhadoras rurais sofrem com o aumento da concentração de terras, com o avanço do agronegócio no Brasil. Isso tende a se agravar com a expansão dos biocombustíveis.

O MST defende um modelo agrícola baseado nas pequenas propriedades para a produção de alimentos e geração de empregos. Dessa maneira, reivindica o assentamento imediato das 150 mil famílias que permanecem acampadas. Além de promover a desconcentração da terra, movimentaria a economia gerando 750 mil empregos diretos e outros inúmeros indiretos.

O MST denuncia também a compra de terra por empresas estrangeiras, que vão apenas desenvolver um modelo de produção atrasado, baseado na monocultura, na destruição do meio ambiente e na exploração do trabalhador.

Os Sem Terra defendem um modelo de Reforma Agrária que dê condições reais ao trabalhador de produzir alimentos saudáveis para a população, a partir da viabilização de crédito para infra-estrutura, moradia digna, assistência técnica, educação e saúde.


Clique nos links para ver as atividades em cada estado:

MST ocupa Incra e protesta na Secretaria da Justiça em SP

Em Belo Horizonte, MST ocupa Incra por assentamentos

No Maranhão, famílias se mobilizam por infra-estrutura

MST ocupa Incra em Chapecó e Assembléia em Florianópolis

MST cobra reforma agrária em atos na Paraíba e em Alagoas

MST ocupa Incra no Ceará por assentamentos

MST ocupa Incra e faz protesto no BNDES no Rio de Janeiro

MST faz atos em órgão públicos no Centro-Oeste

MST faz ato pela Reforma Agrária e segue marcha no RS