MST ocupa Incra e faz protesto no BNDES no Rio de Janeiro

O MST ocupou com 300 famílias o prédio da superintendência estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na capital do Rio de Janeiro, para cobrar o assentamento das 1.200 famílias acampadas no estado e investimentos públicos nos assentamentos. A ocupação aconteceu na manhã desta segunda-feira, dia 24.

Mais de 22% da área dos estabelecimentos agropecuários não é usada de forma alguma e apenas 14% é voltada para a agricultura no Rio de Janeiro, de acordo com dados do Censo Agropecuário. O estado tem 4.390.000 hectares, sendo que 2.416.305 hectares pertencem a estabelecimentos agropecuários. Sendo que 337.241 hectares são de lavouras e 1.545.123 são de pastagens.

O Plano Regional de Reforma Agrária, elaborado pelo Incra em parceria com movimentos sociais e universidades, previa o assentamento de 15 mil famílias no Rio de Janeiro entre 2003 e 2006. Nem 20% desse total foi atingido no primeiro governo Lula e não há metas para os próximos anos.

Depois da ocupação, os Sem Terra saíram em marcha rumo ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), onde reivindicaram investimentos nos assentamentos e na agricultura familiar, no começo da tarde. “A Reforma Agrária não é só garantir o acesso a terra. É necessário fazer investimentos nos assentamentos de infra-estrutura, créditos, assistência técnica, e educação”, afirma Leandro Lima, da coordenação nacional do MST.

Os trabalhadores rurais denunciam também que o que o BNDES vem financiando o agronegócio em grande escala, deixando de lado pequena agricultura, que é a responsável pela criação de 80% dos empregos na área rural e pela produção de 70% dos alimentos consumidos no país. O MST reivindica do BNDES a criação de um programa de apoio e financiamento a implantação de agroindústrias nos assentamentos e junto aos agricultores familiares.