Trezentas pessoas assinam manifesto contra política de segurança do Rio

Pelo menos 300 pessoas assinaram um manifesto de repúdio à política de extermínio posta em prática pela Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Na noite de ontem, dia 6, juizes, artistas, intelectuais e representantes dos movimentos sociais fizeram um ato para protestar contra as atuais políticas de segurança. O governador do Sérgio Cabral (PMDB) foi bastante criticado. Os participantes do ato vão pedir uma audiência pública para entregar ao governador a carta assinada por eles.

Entre os participantes do ato estava o músico Marcelo Yuka. “Não podemos concordar com o combate à violência com violência. Isso provoca um efeito colateral. É uma política de segurança que vai trazer conseqüências graves para essas pessoas das comunidades pobres”, disse o músico, que iniciou o “Manifesto contra as políticas de extermínio” com um abaixo-assinado divulgado pela internet.

Para a presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ, Margarida Pressburger, que também aderiu ao movimento, “ninguém pode aceitar que a polícia saía por aí fazendo caçadas humanas de helicóptero”, afirmou, se referindo à perseguição da polícia a dois supostos traficantes na Favela da Coréia, em Senador Câmara, na Zona Oeste.

Margarida também citou como ação violenta da polícia a operação no conjunto de favelas do Alemão, que deixou 19 mortos. De acordo com relatório de análise dos laudos periciais da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República houve execuções sumárias.

Juízes, desembargadores e parlamentares, também assinaram o documento artistas como Gabriel o Pensador, Lobão, Beth Carvalho, B Negão e Letícia Sabatella. O abaixo-assinado será entregue ao relator da ONU para assuntos de execuções sumárias, Philip Alston, que chega ao Rio esta semana para elaborar um documento sobre o aumento do número de autos de resistência (mortes em confronto com a polícia) e, principalmente, investigar a operação no Alemão. Ele vai ouvir parentes, a polícia e testemunhas.

Com informações do G1