Políticos visitam famílias Sem Terra despejadas em Limeira

Na tarde de hoje, dia 30, a ex-senadora e atual presidente do PSOL, Heloísa Helena, o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e os deputados estaduais Ana Perugini (PT-SP) e Raul Marcelo (PSOL-SP) visitam as famílias Sem Terra vítimas da violência da polícia durante o despejo do acampamento Elizabeth Teixeira.

A visita às famílias acontece no Centro Diocesano de Pastoral, onde elas estão abrigadas desde a tarde de ontem. Logo depois, os parlamentares vão à Santa Casa de Limeira, visitar o bebê de três meses que foi internado com intoxicação após inalar gás lacrimogêneo das bombas jogadas pela tropa de choque durante o despejo.

O MST contabiliza cerca de 50 pessoas feridas durante a ação da polícia. A partir das 16h, os trabalhadores e trabalhadoras feridos vão até o 4° DP para fazer exames de corpo de delito e lavrar um boletim de ocorrência coletivo.

Despejo

As 250 famílias Sem Terra do acampamento Elizabeth Teixeira, sofreram um despejo violento na manhã de ontem, dia 29. O acampamento estava montado em uma área do Horto Florestal Tatu desde 21 de abril deste ano.

Por volta das 10h30, os soldados da tropa de choque da polícia militar entraram no acampamento atirando balas de borracha. Cerca de 50 pessoas ficaram feridas. Os três coordenadores do MST que tiveram ferimentos mais sérios foram atendidos na Santa Casa de Limeira, entre eles o membro da coordenação nacional, Gilmar Mauro. As crianças do acampamento se refugiaram num barracão, que foi atingido por bombas de gás, na presença de membros do conselho tutelar.

Durante a tarde, a polícia destruiu os barracos e passou por cima de plantações e animais com máquinas da prefeitura. As famílias recolheram o que restou de seus pertences e deixaram a área no fim da tarde.

Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a reintegração de posse concedida à prefeitura de Limeira pelo juiz Flávio Dassi Viana e o despejo foram irregulares, pois o Horto Florestal Tatu pertence à União. A prefeitura de Limeira, nunca teve a posse da área, e utiliza alguns espaços do Horto Florestal para desenvolver atividades que degradam o meio ambiente. Dentro da área há um “lixão”, instalado em condições inadequadas, que compromete o já poluído Ribeirão Tatu, que passa por dentro da cidade de Limeira e deságua no Rio Piracicaba.