Famílias vítimas de despejo cobram solução de Prefeitura de SP

Moradores que foram violentamente despejados ontem, dia 11, da favela Real Parque, onde moravam, estão mobilizados na Prefeitura de São Paulo. As famílias passaram a noite nas ruas. As famílias reivindicam uma solução para o problema de moradia, cobram da Prefeitura uma área provisória ou auxílio aluguel, pois a maioria não tem para onde.

Pela manhã de hoje uma comissão foi formada para conversar com prefeito Gilberto Cassab (DEM), mas não conseguiram a audiência. Eles protocolaram uma carta de reivindicações, na qual solicitam uma reunião com o prefeito para solucionar os problemas das famílias que estão morando nas ruas.

Muitos passaram a noite na casa de parentes e conhecidos, outros ficaram a noite na rua depois do violento despejo de ontem. Ao todo, 139 barracos foram derrubados na ação conjunta com a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana. Alguns moradores tentam reerguer barracos que foram derrubados. Mas a presença de policiais no local intimida as famílias, que temem sofrer nova violência.

A moradora Telma Francelina, de 40 anos, lamenta a destruição no terreno que abrigava famílias. “A gente vê esse espaço todo vazio e um monte de gente sem ter onde morar. Se eles saírem a gente entra de novo”, diz. Elas negam que havia barracos de aluguel na favela e que a área ocupada estava sendo vendida para terceiros, acusação da prefeitura.

A área de 17.000 metros quadrados fica localizada na Favela Real Parque, na Zona Sul de São Paulo e pertence à Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE), mas está inutilizada pela empresa. Ao fundo, em um dos prédios do conjunto, moradores demonstravam solidariedade com a seguinte faixa: “Atenção sociedade! Somos moradores da comunidade Real Parque há mais de 50 anos. Este é o metro quadrado mais caro do Brasil! Por isso querem nos tirar daqui. Mas aqui é uma ZEIS 1* e deveria ser urbanizada com dinheiro da operação urbana Faria Lima. Sabemos de nossos direitos e iremos lutar.”

No início da tarde os moradores se dividiram em grupos e seguiram para a Secretaria de Habitação, para a Defensoria Pública de Santo Amaro e para Câmara Municipal de São Paulo, onde devem se reunir com a comissão de Direitos Humanos.

*Zona Especial de Interesse Social

com informações do G1