Movimentos fazem manifestação em apoio a Dom Cappio em São Paulo

Acontece nesta quarta-feira, dia 12, em São Paulo, um ato público em solidariedade ao jejum de Dom Luiz Cappio e contra o projeto de transposição do São Francisco. O ato será às 16 horas em frente a Catedral da Sé, no centro da cidade. Os organizadores pedem para que participantes usem uma peça de roupa azul.

O bispo de Barra (BA), dom Luís Flávio Cappio está em greve desde o dia 27 de novembro. A greve de fome é contra o projeto de transposição do São Francisco. Os movimentos sociais em Campanha pela Paralisação das Obras e Abertura de Diálogo Já! [Clique aqui para ver os vídeos]

Essa semana o dirigente nacional do MST, João Paulo Rodrigues, anunciou que o Movimento vai engrossar a campanha contra a transposição. “O MST entra agora com toda a sua força política nessa luta”, afirmou. “Entre Lula e o bispo, ficamos com o bispo. Não queira Lula fazer o teste. A partir de agora vamos iniciar a luta contra as empresas transnacionais e em defesa do rio São Francisco. A briga vai ser boa”, disse em declaração a Folha de S. Paulo.

Além do MST, outros movimentos que integram a Via Campesina Brasil, a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Intersindical, União Nacional dos Estudantes (UNE) e Fórum Permanente em Defesa do São Francisco estão mobilizados para barrar o projeto de transposição.

Essa é a segunda vez que bispo toma uma decisão radical na defesa dos interesses do povo. Em 2005, Cappio passou 11 dias em jejum, em Cabrobó (PE). O jejum foi encerrado após o governo Lula ter assumido o compromisso de suspender o projeto de transposição e iniciar um amplo diálogo entre governo e sociedade civil brasileira, o que de fato não aconteceu.

Na última segunda-feira, dia 10, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, em artigo publicado na Folha de S. Paulo, tentou deslegitimar a ação do bispo ao afirmar que o mesmo estaria cometendo um “terrorismo simbólico”, uma afronta à democracia. Geddel acusou Cappio de defender uma “vontade individual” e desconsiderou milhões de povos ribeirinhos, camponeses, indígenas e quilombolas contrários as obras de transposição. O projeto de transposição além de expulsar essas comunidades de seus territórios, irá beneficiar apenas os grandes empresários do hidronegócio.