Polícia ataca Sem Terra a tiros

A Polícia Militar da Bahia nunca foi exemplo no que diz respeito a diálogo com trabalhadores e movimentos sociais. Na semana passada, deu mais uma infeliz demonstração de como a violência estatal é seletiva e atua de acordo com uma lógica de classe.

Na quarta-feira (2/4), o militante Sem Terra Zé Barros foi atacado a tiros pela polícia quando chegava de moto no acampamento Pátria Livre, em Itajuípe. Morador do acampamento Rosa Luxemburgo, no mesmo município, Zé Barros já foi o coordenador da área, e preparava as 60 famílias do local para uma possível reintegração de posse, prevista para acontecer no mesmo dia. A polícia afirma que o Sem Terra foi confundido com um assaltante da região, que estaria fugindo de moto.

A “abordagem” foi realizada às 9h30 da manhã e os policiais chegaram atirando, atingindo Zé Barros com três disparos. Além da mão e do ombro esquerdo, ele recebeu um tiro na altura da sombrancelha e não sabe se voltará a enxergar. As famílias da região estão em clima de insegurança, e temem ações intimidatórias por parte dos fazendeiros locais.