Trabalhadores Sem Terra ocupam fazenda Southall, no RS

A Fazenda Southall foi ocupada nesta manhã por 800 trabalhadores rurais Sem Terra. As famílias haviam iniciado uma marcha, por volta das 9h30 da manhã. Depois de uma hora de caminhada, os trabalhadores entraram na Fazenda.

O MST exige a desapropriação da área de 13 mil hectares, que acumula dívidas de quase R$ 50 milhões de Reais com os cofres públicos, entre eles o Banco do Brasil e o INSS. Em novembro do ano passado, no encerramento da Marcha à Fazenda Guerra, o Governo Federal comprometeu-se em assentar Mil famílias até este mês de abril. Nenhuma família foi assentada desde que o acordo foi firmado.

A Fazenda Southall já havia sido desapropriada em 2003 pelo Govenro Federal, mas o processo foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal. Novas vistorias na área indicaram crime ambiental na fazenda. Na área, poderiam ser assentadas cerca de 600 famílias. Atualmente, a fazenda também é disputada por empresas de celulose, que gerariam 4 vezes menos empregos do que um assentamento de reforma agrária.

Além da lentidão do Governo Federal, o MST denuncia o abandono de qualquer política social para a agricultura camponesa e a reforma agrária pelo Governo Yeda Crusius. A Governadora extinguiu o Gabinete da Reforma Agrária em seu primeiro mês de mandato, reduziu as verbas para esta área, não tem dado assistência aos assentamentos já existentes e sequer tem se disposto a dialogar com os movimentos sociais. O uso da Brigada Militar, com episódios de violência e autoritarismo tem sido a única posição da Governadora no tratamento da questão social.

A ação também faz parte da Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária em memória aos 19 trabalhadores rurais assassinados em Eldorado dos Carajás em 1996 e de cobrança do Governo Federal da pauta de reivindicações entregue em abril do ano passado e até hoje não atendida.