Estudo aborda comunidades rurais que recebem Bolsa Família

Uma pesquisa publicada pelo Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), estudou os impacto do Programa Bolsa Família sobre a população mais vulnerável à fome e a discussão de outras possibilidades para a garantia do direito à alimentação.

Para realizar o estudo Repercussões do Programa Bolsa Família na Segurança Alimentar e Nutricional das Famílias Beneficiadas, os pesquisadores tiveram contato com gestores e famílias que recebem a assistência.

As pesquisas apontaram que a bolsa é mais relevante para famílias que vivem em áreas rurais e no Nordeste, sendo que 20,8% de todas as famílias beneficiadas pelo programa plantam algum tipo de alimento ou criam animais para a alimentação. Além disso, 78,3% destas o fazem exclusivamente para o auto-sustento.

Das famílias beneficiadas que plantam algum tipo de alimento ou criam animais para alimentação, 95,5% não recebem nenhum tipo de assistência técnica; 83,1% não acessaram nenhum tipo de crédito agrícola nos últimos três anos; e apenas 13,5% acessaram o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).

Apenas 56,6% dessas famílias são proprietárias da terra que cultivam. Na Região Norte, o percentual aumenta e chega a 70,9%.

Dentre as famílias proprietárias de terra, somente 19,5% encontram-se em situação de Segurança Alimentar Nutricional, ou seja, que possuem um nível de alimentação adequado. Quanto as famílias não-proprietárias, a situação é ainda pior. Apenas 6,9% encontram-se nesta posição. Por outro lado, dentre as famílias assentadas em projetos de Reforma Agrária, o percentual chega a 26,5%.

O estudo ainda revela que a maior parte dos beneficiados que produzem alimentos o fazem principalmente para o autoconsumo. É muito baixo o investimento em ações que possam valorizar, promover e apoiar a produção de alimentos especifi camente para este segmento mais vulnerável da agricultura familiar. A pesquisa aponta também que o acesso à terra e às políticas de fortalecimento da agricultura familiar, como pode ser observado no caso dos assentamentos rurais, aumenta as chances de as famílias atingirem a condição de segurança alimentar.

Para saber mais, leia aqui o estudo na íntegra