Camponeses debatem prejuízos da estiagem no RS

Camponeses, entidades de pequenos agricultores, instituições financeiras, Emater e prefeituras locais realizam nesta sexta-feira (12/11) uma plenária para em Palmeira das Missões, no Norte do RS, para debater os prejuízos da estiagem na região. A plenária inicia às 9h e acontece na Câmara de Vereadores do município.

As regiões Norte e Noroeste gaúchas são as mais afetadas. Na região Norte, pequenos produtores de milho e de feijão já contabilizam 50% de perda nas safras. No leite, a perda alcança 40%. Os camponeses afirmam que a situação é grave e que, caso a estiagem perdure, ficará muito difícil de conseguirem pagar as dívidas – já acumuladas de outras safras.

NOTA DO MPA SOBRE A ESTIAGEM NO RS

Novamente o estado do Rio Grande do Sul está enfrentando problemas na agricultura em decorrência da estiagem. Os mais afetados são os pequenos agricultores, principalmente da região norte do RS. As culturas mais atingidas até o momento são o milho e o feijão. Juntamente com o trigo, que já teve grandes prejuízos, são três produtos básicos para a subsistência das famílias camponesas e de importância estratégica na alimentação do povo brasileiro que estão com suas safras comprometidas.

Muitos camponeses ainda estão em processo de renegociação das dívidas decorrentes de estiagens de anos anteriores e tinham neste ano a expectativa de conseguir se recuperar em função dos preços do milho estar razoável e do feijão ser um dos maiores da história.

O MPA tem lutado permanentemente para a conquista de políticas públicas que auxiliem na melhoria das condições de vida dos camponeses. A primeira conquista foi o crédito subsidiado. Depois o seguro agrícola e mais recentemente a Política de Garantia de preços Mínimos. Todas estas políticas construídas no âmbito do governo federal.

Pelo governo do estado do RS, não se tem até o momento qualquer ação para a agricultura camponesa. Apesar da maior bandeira de campanha para a agricultura ter sido o programa de irrigação e existir uma secretaria específica para isso, não existe qualquer iniciativa e investimento neste programa. Se os camponeses tivessem condições de irrigar pelo menos pequenas áreas, isto já auxiliaria para a subsistência e garantia de renda mínima, mas infelizmente estamos diante de um governo totalmente incapaz de qualquer intervenção e ação frente a esta situação.

O MPA não ficará acomodado neste momento de dificuldade. Continuaremos lutando para garantir a permanência dos camponeses na roça.