MST reafirma luta por Reforma Agrária e é homenageado no RS

Mais de 2 mil pessoas participaram do ato político-comemorativo dos 25 anos do MST, realizado no último sábado (24/01) em Sarandi, Rio Grande do Sul. Governadores, prefeitos, deputados, intelectuais e dirigentes políticos nacionais e internacionais levaram seu apoio e reconhecimento à luta do Movimento. O ato encerrou as atividades do 13º Encontro Nacional do MST, que teve início na noite do dia 20/01.

Durante o Encontro, os militantes avaliaram a luta pela terra, a situação da Reforma Agrária e da agricultura no país. O balanço das discussões foi divulgado em um manifesto, em que o MST reafirma o compromisso com a luta pela Reforma Agrária e pelas mudanças necessárias ao país (leia abaixo). “O MST não é a doença do Brasil, é a demonstração da saúde, dos que não se dobram diante da tirania, da opressão e da marginalização. O MST no Brasil é o movimento palestino em Gaza. Esse movimento extraordinariamente organizado, que forma militantes em escolas e universidades, é uma graça de Deus para que a paz seja instaurada no país”, afirmou o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB). Jackson Lago (PDT), governador do Maranhão, destacou a importância do Movimento na luta pela educação. “O MST desempenha um papel importante nas lutas sociais do país, e especialmente na luta pela erradicação do analfabetismo. Espero que o Movimento continue contando com o apoio da sociedade”. “A gente só luta porque ama, e esse movimento faz com que a gente se contagie com o espírito de liberdade no seu sentido integral”, disse a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT).

“Vocês estão fazendo aquilo que meu pai sempre buscou e pelo qual doou 70 anos de sua vida. Ele sempre disse que o povo precisa se organizar. A história do século XIX é uma história de luta e repressão dos movimentos sociais. No século XX, foi a mesma coisa, apenas a Coluna Prestes não foi derrotada. O MST está seguindo esse exemplo, com muito estudo, para poder transformar o Brasil em um país socialista”, ressaltou Anita Prestes, historiadora e filha dos lutadores comunistas Luiz Carlos Prestes e Olga Benário.

Apoio internacional

Aleida Guevara, médica cubana e filha de Che Guevara, também levou seu apoio a Sarandi. “Quando vou a alguma área do MST, seja um acampamento, assentamento ou escola, sempre sinto a força de vida que emana de vocês. Força que mostra que, quando um povo decide criar seu próprio destino, ele pode”. Representando a Via Campesina Internacional, o dirigente turco Abdullah Aysu afirmou que o MST é símbolo de terra, dignidade e vida para os camponeses da Turquia. “Sempre que algum companheiro do MST cai na luta, nós nos entristecemos na Turquia”, concluiu. Ao final do ato, as delegações dos 24 estados em que o MST atua e uma delegação de convidados internacionais plantaram 25 mudas de árvores – cada uma representando um ano de vida do movimento.

Prêmio luta pela terra

O MST concedeu o Prêmio Luta pela Terra, comemorativo de seus 25 anos, na noite de 23 de janeiro. O prêmio, que existe desde o ano 2000, reconhece entidades, coletivos, personalidades, lutadores e lutadoras sociais com destaque na defesa da Reforma Agrária, do MST, dos movimentos sociais e dos interesses do povo brasileiro. A premiação procura valorizar as iniciativas e lutas de outros movimentos sociais, assim como homenagear aquelas pessoas que dedicaram sua vida em defesa dos interesses do povo brasileiro.

Neste ano, foram concedidos 15 prêmios, em várias categorias. O advogado Jacques Alfonsin e o promotor Afonso Henrique Miranda foram homenageados na categoria Amigos da Reforma Agrária. João Zinclar recebeu o prêmio na categoria fotografia e o Centro de Teatro do Oprimido foi o homenageado na categoria teatro.