Presidentes se reúnem com os movimentos sociais no FSM

Nesta quinta-feira (29/01), o Fórum Social Mundial 2009, que acontece em Belém (PA), sediou um encontro entre os presidentes Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador), Fernando Lugo (Paraguai) e movimentos sociais da América Latina que engrossou o coro da luta contra o neoliberalismo.

Na atividade organizada pela Via Campesina, os representantes dos países latino-americanos expressaram durante quase quatro horas seus anseios em construir um modelo de desenvolvimento alternativo ao neoliberalismo. O primeiro presidente a discursar foi Rafael Correa, que enfatizou a necessidade de integração dos países da América Latina para o enfrentamento da crise econômica. “É muito interessante que todas essas propostas sobre um novo sistema estejam sendo discutidas no Fórum, porque o atual modelo capitalista, perverso, baseado na cobiça, está em crise. E o Fórum abre esse espaço em busca dessa solução”, disse Correa.

Em seguida, foi a vez do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, fazer suas considerações sobre a crise econômica atual e os reflexos do sistema na sociedade. Para ele, a solução passa pela integração dos povos de economia emergente, nesse caso, os países da América Latina. “É preciso unir forças”, disse.

Para o presidente da Bolívia, Evo Morales, a presença dos quatro países neste encontro já representou a união de forças “Os quatro presidentes presentes aqui é graças à luta de vocês. Luta essa contra o neoliberalismo e que está nos movimentos sociais”, afirmou.

Encerrando os discursos, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu que o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, devolva a Base de Guantánamo a Cuba. O presidente venezuelano avaliou como positiva a decisão de Obama de fechar a prisão, mas disse que espera que o novo governo tenha “mais respeito ao povo da Venezuela, mais respeito à soberania venezuelana. Nós vamos observar para ver se ele vai seguir com as atitudes prepotentes e agressivas de seu antecessor”, afirmou Chávez. Ele disse ainda que o ex-presidente dos EUA George W. Bush deveria ser julgado em tribunais internacionais por genocídio.

Para Chávez, a potência da América Latina é o povo unido. “Aqui está a utopia de um novo mundo. Um mundo que está virando realidade”, disse.

João Pedro Stedile, integrante da coordenação nacional do MST e da Via Campesina, também esteve presente representando os movimentos sociais ali reunidos. Stedile esclareceu por qual motivo o presidente Lula não compôs a mesa, fato que gerou algumas indagações sobre a atividade. “O presidente Lula não participou porque essa atividade é consequência de uma série de encontros e reuniões de movimentos sociais, a partir da campanha continental contra a Alca. Por isso, participaram apenas entidades, organizações e autoridades que estão envolvidos nesse processo”, explicou.

Com informações da Assessoria de Comunicação da Uepa (Universidade do Estado do Pará)