Integração entre os povos é uma das respostas para a crise

“2009 é um ano especial para a humanidade inteira e em especial para a classe trabalhadora”. A análise é do jornalista Igor Fuser, que esboçou uma perspectiva da crise do sistema capitalista, durante o seminário internacional “Os desafios da imprensa popular no processo de construção da Alba”.

Para ele, o projeto neoliberal na América Latina já está em crise há mais de dez anos, e há no continente um cenário de resistência e também de construção de alternativas concretas. E nesse contexto uma das principias alternativas, que ganha atualidade e importância ainda maior com a derrocada dos princípios do livre mercado e Estado mínimo, é a proposta da Alba (Alternativa Bolivariana para os Povos de Nossa América).

A proposta debatida pelos movimentos sociais vai além da iniciativa dos governos. Atualmente, Venezuela, Bolívia, Honduras, República Dominicana, Nicarágua e Cuba participam da integração regional, que propõe medidas de cooperação principalmente no campo da economia.

Já os movimentos sociais e organizações populares estão engajados em construir um processo de integração baseado na articulação das lutas dos povos de todos os países do continente, para a criação de um “modelo civilizatório alternativo ao projeto depredador do capitalismo, que assegure a soberania latino-americana frente às políticas saqueadoras do imperialismo e das transnacionais”. Esse objetivo foi firmado por um conjunto de movimentos sociais da América Latina, presentes no Fórum Social Mundial, em Belém. (Leia a carta do movimentos sociais)

Desafios da comunicação popular

Como parte do processo de construção de estratégias de integração, mais de 40 representantes de meios da imprensa popular de dez países da América Latina se reuniram entre os dias 3 e 5/2 na Escola Nacional Florestan Fernandes, em São Paulo, no seminário internacional “Os desafios da imprensa popular no processo de construção da Alba”. Além de debater o contexto da concentração dos meios de comunicação de massa nos diversos países, traçaram-se propostas para avançar na luta e na divulgação por uma integração regional “desde abajo”.

Avançar agora

Os movimentos têm pressa. Apontam que é necessário avançar desde já, e se comprometeram com uma série de prioridades, como a construção de lutas unitárias e colocar todas as energias da mobilização mundial contra a guerra e a crise, com uma grande mobilização continental prevista para o dia 30 de março.