Brigada Militar reprime agricultores em protesto em Erechim

Mais uma vez a polícia militar do Rio Grande do Sul utilizou a violência e, com truculência, desocupou a agência do Banco do Brasil, em Erechim, onde dezenas de camponeses ligados aos movimentos sociais da Via Campesina estavam mobilizados nesta quarta-feira (11/3), para pressionar os governos federal e estadual por medidas para evitar as perdas dos pequenos agricultores com a estiagem.

Eles esperavam avanços nas reivindicações apresentadas pelos agricultores que estiveram mobilizados nos últimos dias e exigiam soluções para os problemas causados pela estiagem no estado.

Os manifestantes foram ofendidos moralmente e revistados. Neste momento estão sendo levados para a delegacia da cidade para prestarem depoimento. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) repudia esta ação, que tem sido a prática da polícia no estado.

Protesto

A agência do Banco do Brasil em Erechim foi ocupada na tarde desta quarta-feira (11) em protesto contra a falta de medidas do governo estadual e federal para a pequena agricultura, que foi duramente atingida com a estiagem no RS.

Para Elias Dobrovolski do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a mobilização é necessária para pressionar os governantes para resolver de imediato os problemas que afetam a agricultura hoje. “Estivemos mobilizados no ultimo mês e poucos encaminhamentos concretos se obtiveram.
Por isso que hoje estamos novamente mobilizados aqui em busca de soluções, queremos mostrar aos nossos governantes a atual situação da agricultura camponesa e as dificuldades que estamos enfrentando”, afirma Dobrovolski.

Estava previsto para hoje que os agricultores montariam acampamento às margens da BR 153 ao trevo que da acesso a FRINAPE em Erechim, mas em assembléia os camponeses optaram ocupar esta agência para que o Banco do Brasil pudesse estar marcando negociações diretas com o governo.

A mobilização faz parte da jornada nacional de luta da Via Campesina. Na semana do 8 de março, dia internacional de luta das mulheres e 14 de março, dia nacional de luta contras as barragens, a Via Campesina se mobiliza em defesa da Soberania Nacional, Soberania Alimentar, Soberania
Energética, por Reforma Agrária, pela emancipação das mulheres do campo e da cidade, e contra o Agronegócio e as Transnacionais.