Trabalhadores cobram agilidade do Incra no interior de SP

Nesta segunda-feira (6/3), cerca de 120 famílias Sem Terra ocuparam a Fazenda Nossa Senhora Aparecida, na região de Agudos, próximo a Bauru, em São Paulo. Os trabalhadores reivindicam a destinação da área da fazenda para a Reforma Agrária, já que o local, com cerca de 700 hectares, é considerado terra pública, mas não possui nenhum tipo de destinação e uso. Além disso, outras 11 áreas na região foram vistoriadas pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), porém a morosidade dos processos pode impedir que as terras sejam destinadas às famílias Sem Terra.

Na região de Gália, próximo à cidade de Marília, 150 trabalhadores encontram-se acampados para cobrar a resolução das pendências jurídicas relativas a quatro fazendas vistoriadas nas redondezas. São elas: Portal do Paraíso, Fazenda Recreio Gleba I e Recreio Gleba III e, ainda, a Fazenda Natal.

A região é conhecida pelas vastas plantações da cana-de-açúcar, e pela presença de usinas e indústrias voltadas ao seu processamento. No início do mês de março, as mulheres da Via Campesina denunciaram os efeitos destrutivos que esta monocultura e a indústria relacionada a ela trazem para o meio-ambiente, bem como a desproporção entre os recursos destinados ao setor sucroalcooleiro e as verbas destinadas para a Reforma Agrária no estado.

Muitas dessas grandes empresas, que se endividaram nos últimos anos, agora têm recebido recursos do governo. Ainda assim, aumenta a cada dia o número de trabalhadores demitidos, sem perspectivas e condições de subsistência.