Senadores exigem retomada das Escolas Itinerantes no RS

Os senadores que participaram da audiência pública que discutiu nesta terça-feira (14/04), no Senado, o fechamento de escolas itinerantes no Rio Grande do Sul, decidiram enviar uma solicitação conjunta à governadora Yeda Crusius, exigindo que sejam retomadas imediatamente as aulas das Escolas Itinerantes no estado.

A atividade foi presidida pelo Senador Cristovam Buarque (DF), e requerida pelas senadoras Serys Slhessarenko (MT) e Fátima Cleide (RR) e pelo Senador Paulo Paim (RS). Estiveram presentes, ainda, os senadores João Pedro (AM), Flávio Arns (PR), o presidente da Comissão de Educação do Senado, Marcelo Crivella (RJ) e deputada Maria do Rosário (RS), presidente da Comissão de Educação da Câmara.

Representando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a integrante do setor de educação Maria Cristina Vargas ressaltou o caráter público das Escolas Itinerantes, e fez alusão aos termos legais nos quais estão inseridas, como o Conselho Estadual de Educação. Já o representante do Ministério da Educação, André Lázaro, ressaltou a parceria dos movimentos sociais, e especialmente do MST, no debate em torno da educação do campo. Afirmou, ainda, que a decisão do governo da Yeda Crusius é contrária aos interesses públicos e fere os direitos individuais e coletivos das crianças, jovens e adultos.

O Senador João Pedro classificou de “vergonhosa e criminosa” a atitude do governo e do Ministério Público do estado do Rio Grande do Sul, e o Senador Paulo Paim reiterou que essa decisão é “um fato isolado, não representa os interesses do Ministério Público e se configura como uma perseguição política e ideológica por parte do governo gaúcho frente ao MST”.

Ao defender a educação do campo e as Escolas Itinerantes, a deputada Maria do Rosário afirmou que a decisão do governo foi arbitrária e que o direito à educação, até então assegurado, refluiu, ocasionando prejuízos às crianças acampadas.

Para o Senador Cristovam Buarque, a governadora Yeda Crusius está se tornando um ícone “anti-educação”. “Primeiro foi contra o piso salarial dos professores e agora fechou as escolas itinerantes. Fechar escola é crime”, concluiu.

O requerimento deve ser votado amanhã (15/04) na Comissão, e até o fim de abril será formada uma comitiva mista dos senadores para ir ao Rio Grande do Sul.