Ocupação e marcha iniciam Jornada de Lutas no RS

A ocupação de um latifúndio improdutivo em Canguçu e uma marcha em São Luiz Gonzaga deram início à participação do Rio Grande do Sul na Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária do Movimento Sem Terra, na manhã desta quarta-feira (15/4). A Jornada exige agilidade na Reforma Agrária e lembra o Massacre de 19 trabalhadores rurais Sem Terras em Eldorado dos Carajás (PA) há 13 anos.

Em Canguçu, 200 famílias ocuparam a fazenda São João D’Armada. A área de 1130 hectares foi considerada improdutiva por uma vistoria do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em 2007, mas jamais foi desapropriada. O proprietário João Valter Ribeiro possui outras fazendas na metade sul do estado e não reside no município de Canguçu. A ocupação ocorreu às 5h30 da manhã.

Em São Luiz Gonzaga, 300 trabalhadores rurais iniciaram uma Marcha rumo ao Latifúndio, partindo do acampamento na BR 285. Neste momento, os trabalhadores marcham na rodovia, no sentido em direção à cidade de São Luiz.

O II Plano Nacional de Reforma Agrária previa o assentamento de 550 mil famílias, entre 2003 e 2007, em todo país. Porém, apenas 163 mil famílias foram assentadas neste período. No Rio Grande do Sul, o Termo de Ajuste de Conduta assinado pelo INCRA estabelecia o assentamento de 2 mil famílias de trabalhadores rurais até o final do ano passado, mas apenas 700 destas conquistaram um pedaço de chão.

A Jornada Nacional de Lutas acontece em todo o Brasil durante toda esta semana em memória dos 19 trabalhadores rurais sem terras assassinados em operação da Polícia Militar, no município de Eldorado dos Carajás, no Pará, no dia 17 de abril de 1996.