Sem Terra são humilhados em Santa Catarina

No dia 6/5, o município de Taió, em Santa Catarina, foi novamente palco de desrespeito aos direitos humanos, de repressão da Polícia Militar e de demonstração de ódio, violência e discriminação contra famílias Sem Terra.

Em janeiro de 2008, cerca de 80 famílias de agricultores Sem Terra ocuparam uma área 930 hectares, que havia sido desapropriada para fins de Reforma Agrária. Porém, o dito proprietário, Irineu Piasero, organizou uma milícia de homens fortemente armados e impediu a permanência das famílias.

Na semana passada, famílias de agricultores Sem Terra se dirigiam à área para serem assentadas, acompanhadas pelo Incra e dois agentes da Polícia Federal. Ao se aproximarem da cidade de Taió, um caminhão com os pertences destas famílias e um ônibus que levava jovens e crianças, mulheres e homens do MST foram abordados pela polícia. Todas as pessoas foram revistadas, seus instrumentos de trabalho – facões e foices – foram confiscados e, com a mais perversa crueldade, também as famílias foram presas e os veículos levados para o pátio da Polícia Militar da região. Todas as pessoas acabaram ficando na rua, sem alimentação, roupas, remédios, ferramentas, sem nada.

As famílias seguiram para a comunidade do assentamento 25 de Maio, em Santa Terezinha, a 70 km de Taió, onde agora estão abrigadas no Salão Comunitário aguardando a imissão de posse garantida pelo Incra.

O MST denuncia o Comando da Polícia Militar de Taió, por agir contra a sociedade, uma vez que prestou serviços de proteção à propriedade; a não ação contra a milícia armada que se encontrava naquela propriedade; a criminalização e banalização da luta das famílias pertencentes ao MST; o saque das ferramentas de trabalho daquelas famílias, que se encontram em mãos da polícia; o desrespeito e maus tratos às pessoas, principalmente às crianças Sem Terra, que ficaram por algumas horas, sem comida, sem roupas, sem cobertor, colchão, sem remédios, e com muito medo. Da mesma forma, exige segurança às famílias, de forma igualitária, que possibilite a todas uma vida com dignidade; o desarmamento daqueles que tem como ferramenta de trabalho um contrato e uma arma de fogo e a prisão daqueles que abusam do poder.