Libertados 14 dos 18 trabalhadores presos no Pará

Foram libertados na última quinta-feira (15/5), 14 dos 18 trabalhadores presos há 19 dias por conta do acampamento junto às obras das eclusas da barragem de Tucuruí. Eles reivindicavam recursos para agricultura, obras de infra-estrutura e criação de peixe em tanques-rede. Permanecem presos três trabalhadores e uma trabalhadora sob a alegação de serem as lideranças do grupo, o que reforça a denúncia de movimentos sociais de que as prisões foram de ordem política.

Segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a liberdade dos atingidos é fruto de uma grande rede de solidariedade que pressionou as autoridades: “Agora temos que exigir a libertação dos outros quatro companheiros que foram presos nas mesmas condições. Não é justo que camponeses e pescadores tenham a liberdade roubada por reivindicar melhores condições de vida, enquanto os assassinos da Irmã Doroty estejam soltos”, declararam as lideranças do MAB.

Na última quarta-feira, na vigília em solidariedade aos povos amazônicos realizada no Senado Federal, em Brasília, Rogério Höhn, coordenador do MAB no Pará, denunciou as prisões políticas e a situação por que passam no presídio. O senador Jose Nery encaminhou para esta quarta-feira (20/5) a votação para uma Audiência Pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado, a fim de discutir as violações dos direitos humanos dos atingidos pela barragem de Tucuruí.

O MAB continua solicitando a solidariedade da sociedade em geral para pressionar pela libertação dos trabalhadores que permanecem presos. “Estamos certos de que só assim teremos vitórias. As prisões são políticas e os motivos apresentados para estarem presos não conferem com a conduta dos atingidos”, afirma Höhn.