MPA ocupa sedes de bancos no norte de Minas Gerais

Nesta manhã (19/5) cerca 580 camponeses e camponesas, ligados ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) – integrantes da Via Campesina Brasil – ocuparam as agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, em Araçuaí e Arinos – ambas cidades do Vale do Jequitinhonha -, como forma de pressionar os órgãos públicos responsáveis pela viabilização de créditos para produção e infra-estrutura no campo.

Em Minas Gerais, diversas entidades e personalidades políticas já prestaram solidariedade à luta camponesa, e algumas se encontram nos locais dos protestos, como a Cáritas, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB), a Assembléia Popular, o deputado estadual Almir Paraca (PT) e vereadores locais.

Essa ação faz parte do calendário nacional de lutas do MPA, e está ocorrendo em 13 estados. Nos dias 19 e 20/5, cerca de 15 mil camponesas e camponeses, em ações planejadas em todo o Brasil, estarão nas ruas reivindicar seus direitos.

A luta camponesa no Brasil

Uma das principais bandeiras do Movimento dos Pequenos Agricultores é a produção de comida saudável e de qualidade para toda a população, garantindo assim, a soberania Alimentar, Energética e Ambiental. Além de produzir 70% da comida que alimenta o povo brasileiro, a agricultura camponesa é a que gera mais empregos no campo (Pequenas propriedades – 87,3% dos empregos; Médias propriedades – 10,2%; Grandes propriedades – 2,5%).

Infelizmente, o atual modelo implantado pelo capitalismo para a agricultura, o chamado agronegócio, não tem por finalidade a produção de alimentos, mas sim a produção em larga escala de monoculturas, como eucalipto, cana, soja e gado, destinadas à exportação.

O agronegócio também recebe a maior parte dos investimentos do Estado na agricultura. Ele controla 70% dos territórios produtivos em uso no país; recebe 90% dos recursos públicos para financiamento e produz somente 30%. Já o campesinato, controla somente 30% dos territórios produtivos; recebe apenas 10% dos recursos públicos de crédito, mas produz 70% dos alimentos da cesta básica. O agronegócio foi responsável pela demissão de mais de 270 mil trabalhadores entre novembro de 2008 e fevereiro deste ano. O volume supera em 8 mil o número de dispensados pelo setor que ocupa o segundo lugar da lista, a indústria de transformação. Apesar disso, em 2008 o agronegócio recebeu R$ 60 bilhões do governo federal, enquanto para a agricultura camponesa foram disponibilizados 13 bilhões no plano Safra 2008.

É diante desse quadro que o MPA defende uma transformação profunda na Política Econômica e no Modelo Agrícola e Agrário com Garantia do Território Agrário Nacional sob controle de pequenos e médios agricultores, voltados a garantir as necessidades básicas do povo brasileiro, a Soberania Nacional e nosso desenvolvimento como Nação, preservando os biomas, os ecossistemas e a integridade das comunidades camponesas, gerando renda, emprego, dignidade no campo e na cidade.

O que reivindicamos:

Ø Apoio a sistemas de comercialização:

Ø Crédito subsidiado para a produção de alimentos:

Ø Assistência técnica:

Ø Moradia camponesa:

Ø Reorganização fundiária:

Ø Solução definitiva para o problema do endividamento das famílias camponesas

Ø Legislação ambiental justa e adequada para as famílias camponesas

Ø Pagamento por serviços ambientais prestados pelas famílias camponesas:

Ø Legislação sanitária justa e adequada para as famílias camponesas

Ø Preço da energia: soberania e segurança energética

Ø Acesso à água para todas as famílias camponesas

Ø Previdência social pública e universal

Ø Educação camponesa

Ø Política massiva de documentação

Ø Mudanças no marco legal de acesso a recursos públicos