Dois mil trabalhadores rurais ocupam Superintendência Regional do Incra em Alagoas

Cerca de dois mil trabalhadores rurais vindos de diferentes regiões do estado ocupam neste momento a Superintendência Regional do Incra, na praça Sinimbu, Centro de Maceió. A mobilização, que faz parte da Jornada Nacional em Defesa da Educação, do Pronera e da Reforma Agrária, critica severamente o corte de 62% do orçamento do Programa e cobra agilidade nos processos da Reforma Agrária no Estado. É uma iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e já movimenta mais de quatro mil trabalhadores em 12 estados pelo país.

Além de questões especificas relacionadas ao Pronera e à Educação, a mobilização pretende também cobrar do Incra agilidade na Reforma Agrária, desde os processos de vistoria de áreas para desapropriação, até os créditos para habitação e obras de infra-estrutura para os assentamentos de todo o estado de Alagoas. Ainda, cobra do governo do Estado o cumprimento de pontos pendentes da pauta de negociação com o movimento social.

O Pronera já foi responsável pela formação de 522.915 jovens e adultos assentados desde seu início em 1998 até 2008. Agora, estão matriculados nos 76 cursos de formação Superior, Nível Médio e Técnico, profissionalizante e EJA (Educação de Jovens e Adultos) mais de 17 mil trabalhadores rurais assentados. Contudo, a redução orçamentária que arrebatou o programa (de 62%), a suspensão de convênios para novos cursos e a proibição de bolsas para estudantes e professores, entre outros entraves dificultam a continuidade do sucesso do programa.

Para os movimentos sociais do campo que lutam pela Reforma Agrária no Brasil, o Pronera é uma conquista histórica e deve ser ampliado, regularizado e ter seu orçamento readequado. O Programa funciona por meio da Pedagogia da Alternância, que lhes permite estudar e capacitar-se
profissionalmente para os desafios da Reforma Agrária e do Desenvolvimento Rural, sem abandonarem seus locais de moradia e trabalho no campo. Uma metodologia que considera o contexto sócio-ambiental e as diversidades culturais do campo, bem como o envolvimento das comunidades onde estes trabalhadores rurais residem, contribuindo para o desenvolvimento
sustentável dos assentamentos.