Sem Terra reivindicam encontro com Dilma Roussef no Ceará

Na noite de ontem (16/6), uma comissão do MST foi recebida pelo governador do Ceará, Cid Gomes, em uma negociação de reivindicações referentes às perdas de produção causadas pelas chuvas que assolam o estado há mais de um mês.

Desde o dia 8/6, 600 trabalhadores permanecem acampados na sede da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), cobrando uma solução para a perda da última safra, que atingiu cerca de 90% do estado do Ceará, além de créditos para infra-estrutrura dos assentamentos e para projetos do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).

Os Sem Terra consideraram produtiva a reunião, mas reivindicaram ao governador a intermediação de uma reunião com a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, que nesta quarta-feira (17/6) apresenta o balanço das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Fortaleza. Isso porque o governador não atendeu à cobrança de criação de um crédito produtivo de R$ 3 mil para 6.493 famílias, para ser usado em ações de convivência com o semi-árido, e em conseqüência dos prejuízos deixados pelas chuvas no assentamentos.

De acordo com Eugênio Santos, integrante da direção estadual do MST, a radicalização do protesto foi uma resposta ao cancelamento da audiência agendada com o governador. “Estamos acampados desde a segunda-feira da semana passada e até agora não evoluiu o principal ponto da nossa pauta, que é o ressarcimento de perdas aos assentados por conta das chuvas”, disse.

Segundo a integrante da coordenação do MST, Maria de Jesus dos Santos, nos assentamentos estaduais, 264 casas foram danificadas; oito açudes foram arrombados; seis precisam ser construídos; 280 km de estradas de acesso têm de ser refeitas, incluindo 18 passagens molhadas. Nos federais, há 193 casas danificadas; 61 açudes precisando de recuperação; 18 de construção; 885km de vias a recuperar, inclusive 85 passagens molhadas.

O governo se comprometeu a enviar, até o dia 20/6, os laudos de liberação do Garantia Safra aos municípios mais afetados pelas enchentes e os dos demais, até o dia 30/6.

(Com informações do Diário do Nordeste)