Trabalhadores do Portocel e Via Campesina paralisam porto da Aracruz no Espírito Santo

Desde as7h desta sexta-feira (14/8), 400 integrantes da Via Campesina e trabalhadores do Portocel, porto da empresa Aracruz Celulose, localizado em Barra do Riacho, município de Aracruz, realizam a paralisação das atividades portuárias. A ação integra a Jornada Nacional Unificada de Lutas no Espírito Santo, e acontece sob o lema “Os trabalhadores não vão pagar pela crise!”

Desde as7h desta sexta-feira (14/8), 400 integrantes da Via Campesina e trabalhadores do Portocel, porto da empresa Aracruz Celulose, localizado em Barra do Riacho, município de Aracruz, realizam a paralisação das atividades portuárias. A ação integra a Jornada Nacional Unificada de Lutas no Espírito Santo, e acontece sob o lema “Os trabalhadores não vão pagar pela crise!”

O motivo da paralisação, para os trabalhadores do Portocel, organizados no Sindicato Unificado da Orla Portuária no Espírito Santo (Suport), são as precárias condições de trabalho oferecidas pela empresa Aracruz Celulose, bem como a queda de 50% em sua remuneração, sob a alegação dos impactos da crise econômica sobre a empresa. Outro motivo apresentado pelos trabalhadores do porto é o fato de que a empresa não ter cumprido o acordo coletivo com a categoria, que tratava de aumento nos salários e de mudanças na metodologia de funcionamento das atividades portuárias.

A Via Campesina, que também integra a manifestação, aponta que a empresa Aracruz Celulose é uma transnacional que concentra milhares de hectares de terras para monocultivos de eucalipto, fato que dificulta a realização da Reforma Agrária e a produção de alimentos no Espírito Santo e nos demais estados onde está localizada. Outra crítica é justamente a prioridade de investimentos públicos para as empresas do agronegócio, em detrimento do investimento na política de Reforma Agrária e do incentivo à agricultura camponesa, que geraria empregos diretos e indiretos no campo.

No contexto de crise econômica, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou em R$ 2,4 bilhões a compra da Aracruz Celulose pela Votorantim. Apesar disso, a empresa segue demitindo e precarizando ainda mais as condições de trabalho.