BASF e Embrapa licenciam nova soja tolerante a agrotóxico

A empresa transnacional Basf e a estatal Embrapa anunciaram nesta quinta-feira (13/08), a assinatura do primeiro contrato de transferência de material para sua nova soja tolerante a agrotóxico para a Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec). A parceria para o desenvolvimento da nova tecnologia foi firmada em agosto de 2007. Com o novo acordo, a Coodetec poderá inserir o gene de tolerância a agrotóxicos em suas variedades de soja, por meio de técnicas de modificação genética.

A empresa transnacional Basf e a estatal Embrapa anunciaram nesta quinta-feira (13/08), a assinatura do primeiro contrato de transferência de material para sua nova soja tolerante a agrotóxico para a Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec). A parceria para o desenvolvimento da nova tecnologia foi firmada em agosto de 2007.

Com o novo acordo, a Coodetec poderá inserir o gene de tolerância a agrotóxicos em suas variedades de soja, por meio de técnicas de modificação genética.

A proposta de liberação comercial da soja geneticamente modificada tolerante a agrotóxicos aguarda aprovação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). A expectativa da parceria BASF, Embrapa e Coodetec é de que a variedade seja disponibilizada aos produtores brasileiros em 2011.

Empresa pública trabalhando para o privado

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é uma instituição pública brasileira vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, cujos objetivos são a produção de conhecimento científico e desenvolvimento de técnicas de produção para a agricultura e a pecuária brasileira.

Atualmente, a pesquisa com transgênicos está entre as suas prioridades. O banco genético da área de Recursos Genéticos e Biotecnologia da empresa é hoje o maior do Brasil e conta com mais de 100 mil amostras de sementes de cerca de 400 espécies agrícolas.

No final de 2008, a Embrapa renovou um acordo de cooperação com a Monsanto – estabelecido em 2001- para a produção de outro tipo de soja transgênica resistente a pesticidas à base de glifosato.

Além da soja, a Embrapa amplia os estudos com feijão transgênico, que deve encaminhar para aprovação ainda neste ano na CTNBio. Desde 2006, os pesquisadores da Embrapa repetem pesquisas de campo com o feijão transgênico em Sete Lagoas (MG), Londrina (PR) e Santo Antônio de Goiás (GO), regiões de alta produção no país.

Não é de hoje que a política oficial de pesquisa desenvolvida pela Embrapa prioriza os interesses das grandes propriedades e do agronegócio.

Em meados do ano 2000, a Embrapa, os institutos estaduais de pesquisa em agropecuária e as universidades públicas enfrentaram uma crise ocasionada pelo modelo neoliberal de redução do Estado que se aprofundava. Na década anterior, o país vivenciou uma drástica redução das verbas públicas destinadas à pesquisa agropecuária e a inexistência de aumento salarial para os pesquisadores e professores. As conseqüências desse processo de sucateamento eram evidentes: perda de profissionais altamente qualificados, redução de pesquisas e busca de novos recursos (tecnológicos ou financeiros) pela cooperação com o setor privado.

A partir de então, a cooperação com o setor privado poderá significou, por meio de muitos contratos, a imposição do interesse de lucro das transnacionais sedentas por mercado brasileiro sobre o interesse público. Um dos primeiros contratos fechados pela empresa foi o acordo de cooperação com a Monsanto, que permite a introdução em variedades da Embrapa do processo patenteado de transgênese para a tolerância ao glifosato. A substância altamente tóxica é a matéria prima do carro-chefe de vendas da transnacional, o pesticida Roudup Ready.