Polícia bate e hospital é orientado a não atender Sem Terra

Da Radioagência NP Na cidade de São Gabriel, no estado do Rio Grande do Sul, 250 Sem Terra ocuparam a prefeitura do município, na última quarta-feira (12/8). Eles queriam denunciar a falta de direitos básicos, como saúde e educação, para 400 famílias assentadas na região. A resposta ao protesto veio de forma violenta: durante a retirada dos manifestantes, a Brigada Militar deixou ao menos 50 pessoas feridas, sendo que 15 precisaram ser atendidas no hospital. A coordenadora do MST, Nina Tonin, relata a condição das famílias.

Da Radioagência NP

Na cidade de São Gabriel, no estado do Rio Grande do Sul, 250 Sem Terra ocuparam a prefeitura do município, na última quarta-feira (12/8). Eles queriam denunciar a falta de direitos básicos, como saúde e educação, para 400 famílias assentadas na região. A resposta ao protesto veio de forma violenta: durante a retirada dos manifestantes, a Brigada Militar deixou ao menos 50 pessoas feridas, sendo que 15 precisaram ser atendidas no hospital.

A coordenadora do MST, Nina Tonin, relata a condição das famílias.

“Desde dezembro do ano passado, cerca de 650 famílias foram assentadas no município. Até o momento, tivemos graves problemas de saúde. Três crianças morreram por falta de atendimento médico. Além disso, cerca de 400 crianças em idade escolar estão perdendo o ano letivo.”

Para o MST, a Brigada Militar usou “tortura policial” na ação. Um “corredor polonês” foi montado para que os manifestantes levassem socos e chutes dos policiais. Nina relembra o episódio.

“A polícia utilizou armas do tempo da ditadura militar. Usaram pistolas que davam choque em contato com o corpo das pessoas, fazendo-as desmaiar de dor. Tivemos que acionar o Comitê Contra a Tortura para pressionar o hospital da cidade a liberar os boletins de atendimento.”

Segundo Nina, houve uma determinação para que os feridos não fossem atendidos no hospital, onde foram feitos apenas cuidados médicos rápidos. O hospital nega que recebeu essa orientação.

Esta não é a primeira vez que acontece repressão no Rio Grande do Sul. Sindicatos, movimentos estudantis, indígenas e Sem Terra acreditam que ocorre criminalização dos movimentos sociais no estado.