MST faz mobilizações para marcar morte de Sem Terra

Marchas, vigílias e bloqueios de rodovias ocorrem em todo o Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (27/8), data que marca o sétimo dia da morte do Sem Terra Elton Brum da Silva.

Em São Gabriel, acampados e assentados da Reforma Agrária, integrantes de movimentos sociais e sindicatos e apoiadores em geral estão marchando neste momento para o local em que Brum foi morto, na fazenda Southall. Logo depois, será realizada uma celebração ecumênica, com a participação do Bispo de Gravataí, Dom Alessandro Ruffinoni.

Em Sarandi, na região Norte gaúcha, cerca de 150 acampados bloqueiam a BR-386. Em Julio de Castilhos, acampados estão marchando em direção ao centro da cidade, onde realizam um protesto em frente ao Fórum.

Em Canguçu, na região Sul, às 16h, acontece uma celebração ecumênica no cemitério da Comunidade Solidão, onde o trabalhador Elton está enterrado. Integrantes do MST e demais movimentos sociais, assim como os familiares de Elton, estarão presente.

Em Santana do Livramento, na Fronteira, cerca de 50 Sem Terra iniciam às 10h uma vigília em frente à Justiça Federal. Às 16h terão uma audiência com o juiz Belmiro Krieger para tratar da desapropriação das fazendas Antoniazzi e 33, que tiveram seus processos suspensos pela Justiça.

Em Porto Alegre, às 17h, cerca de 200 pessoas iniciam uma vigília na Praça da Matriz para lembrar o assassinato do sem terra. Às 17h30 terão uma audiência no Ministério Público Federal (MPE), em que irão cobrar os resultados da investigação sobre a morte de Elton e a responsabilização dos envolvidos.

Reivindicações

O MST reivindica a desapropriação do restante da fazenda Southall. A área tem dívidas junto à União e é alvo de crimes ambientais já constatados em vistoria realizada em 2007 pelo Incra. Também quer a desapropriação das fazendas 33 e Antoniazzi, cujos processos de desapropriação foram suspensos pelo juiz Belmiro Krieger, da Justiça Federal de Santana do Livramento.

O MST também responsabiliza os governos e o Judiciário pela morte do Sem Terra. Elton pagou com a sua própria vida pela omissão dos governos federal, que não realiza a Reforma Agrária e não investe nos
assentamentos; do estadual, que não mostra interesse nenhum na Reforma Agrária e fechou o único órgão que tratava do assunto, o Gabinete da Reforma Agrária; e da prefeitura de São Gabriel, que é negligente em
atender os assentados com o mínimo de saúde e educação.