Em Curitiba, seminário debate proteção da agrobiodiversidade

Durante os dias 25 e 26 de agosto, cerca de 80 pessoas, representantes de organizações de agricultores, movimentos sociais, ONGs e institutos de defesa dos consumidores se reuniram em Curitiba para debater os efeitos e impactos da expansão dos transgênicos no Brasil sobre a biodiversidade, saúde e direitos dos agricultores e consumidores.

Durante os dias 25 e 26 de agosto, cerca de 80 pessoas, representantes de organizações de agricultores, movimentos sociais, ONGs e institutos de defesa dos consumidores se reuniram em Curitiba para debater os efeitos e impactos da expansão dos transgênicos no Brasil sobre a biodiversidade, saúde e direitos dos agricultores e consumidores.

Na ocasião, o dia 21 de outubro foi instituído como um dia de luta contra os transgênicos. A data é uma homenagem ao militante do MST, Valmir Mota, mais conhecido como Keno, assassinado por seguranças da Syngenta Seeds em 2007, em Santa Tereza do Oeste (PR). Ele participava, junto com outros movimentos da Via Campesina, de uma ocupação em uma área de experimentos de Organismos Geneticamente Modificados da multinacional, dentro da zona de amortecimento do Parque Nacional do Iguaçu. Hoje, a propriedade abriga uma fazenda-escola que trabalha com sementes orgânicas.

Palestras com representantes da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e grupos de discussão para troca de experiências com os agricultores presentes foram realizados. Todos os participantes apontaram a agricultura familiar camponesa de base ecológica como alternativa ao modelo hegemônico da agricultura industrial e das sementes transgênicas e seus insumos químicos associados.

“Denunciamos o escândalo que é a CTNBio, órgão encarregado por lei de cuidar da biossegurança da população, mas que na prática opera como correia de transmissão dos interesses das transnacionais da biotecnologia. Denunciamos o modelo falido da agricultura transgênica, dependente de energia fóssil, emissora de gases de efeito estufa, que não produz mais, aumenta o uso de venenos, aumento os custos de produção e torna o produtor refém de empresas como Monsanto, Syngenta, Bayer e DuPont”, diz alguns trechos da carta final do encontro.

Reivindicações

As entidades e agricultores/as participantes prometem se mobilizar para barrar a expansão dos transgênicos, ao mesmo tempo em que exigem seu direito a uma alimentação saudável e uma lavoura livre de contaminação genética. Para tanto, a fiscalização e acompanhamento da CTNBio segue como sendo uma das principais tarefas.

Algumas propostas, no entanto, foram formuladas e deverão ser encaminhadas aos órgãos responsáveis. Dentre elas, a suspensão imediata do cultivo e comercialização do milho transgênico, a criação de áreas livres e reservas de agrobiodiversidade, o financiamento de estudos independentes sobre os efeitos de Organismos Geneticamente Modificados à saúde humana e ao meio ambiente, considerando o uso associado de agrotóxicos, além de medidas que garantam a plena rotulagem com base no Código de Defesa do Consumidor.