István Mészáros visita Escola Nacional Florestan Fernandes

Em passagem pelo Brasil para o III Seminário Internacional Margem à Esquerda, e para o lançamento do livro “Estrutura social e formas de consciência” (Boitempo Editorial), o filósofo húngaro István Mészáros foi até a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) no último domingo (23/8). Acompanhado da filha, Susie, Mészáros falou rapidamente, junto com Jorge Bernstein, professor da Universidade de Buenos Aires (UBA), para militantes do MST.

Em passagem pelo Brasil para o III Seminário Internacional Margem à Esquerda, e para o lançamento do livro “Estrutura social e formas de consciência” (Boitempo Editorial), o filósofo húngaro István Mészáros foi até a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) no último domingo (23/8). Acompanhado da filha, Susie, Mészáros falou rapidamente, junto com Jorge Bernstein, professor da Universidade de Buenos Aires (UBA), para militantes do MST.

Na ocasião, o MST fez uma homenagem à companheira de Mészáros, Donatela, que faleceu em 2007. “A homenagem que fizemos à Donatela tem a ver com o apoio que ela sempre deu ao MST. Ela não era uma figura pública, mas uma militante que sempre esteve sempre fazendo campanhas de apoio ao MST, e as outras lutas revolucionárias do mundo. Nós quisemos, na Escola, de forma muito singela, homenageá-la”, explica Maria Gorete, da Coordenação Político-Pedagógica da ENFF.

Na fala inicial, Bernstein e Mészáros comentaram a importância do MST e da Escola. “Na América Latina estamos passamos por uma situação contraditória, os movimentos têm avançado, mas agora temos um imperialismo com o rosto simpático de [Barack] Obama, sorrindo a todos, mas instalando bases militares no continente e realizando uma ofensiva política em distintas partes da região. É uma conjuntura difícil que nos obriga a redobrar esforços na luta, e também esforços de interpretação para entender o momento em que estamos”, afirmou o economista argentino.

Já Mészáros declarou sua “solidariedade total” ao Movimento, o qual considera “absolutamente vital para o futuro”. Por fim, destacou a importância da unidade dos movimentos sociais latino-americana para fortalecer a luta. “Sem os movimentos de massa, sem movimento de base, não teremos força para contrapor as forças hegemônicas estadunidenses”.

Um dos maiores marxistas vivos, Mészáros nasceu na Hungria em 1930, graduou-se em filosofia e tornou-se discípulo de Georg Lukács. Deixou o Leste Europeu após o levante de outubro de 1956 e exilou-se na Itália e deu aulas em diversas universidades da Europa e da América Latina. “Além da contribuição teórica, da interpretação do mundo – que é fundamental – ele é uma pessoa extremamente simples, humana. Nesse processo de desumanização, ele recupera isso através de sua postura e convivência que estabelecemos com ele”, finaliza Gorete.