Santa Catarina sofre novamente com desastres ambientais

Do Sindaspi*

Nesta reflexão, precisamos fazer um raio-x e procurar detectar as causas dos problemas e não somente solucionar as conseqüências ambientais. Com o aumento da demanda por comida, água, madeira e combustíveis, nos últimos 50 anos, cresceu a interferência do homem na natureza, mais do que em qualquer outro período da história. Alertamos para os impactos que o crescimento econômico vem trazendo à vida, no planeta. Há um nítido descompasso entre a expansão da economia e a saúde ambiental. Por exemplo, as cidades ocupam apenas 2% da superfície da terra, mas consomem 75% dos seus recursos naturais. Uma árvore é plantada para cada dez que são derrubadas. A concentração de dióxido de carbono na atmosfera cresceu 32% de 1750 até hoje, mais da metade foi lançado após 1959.

Nos últimos 50 anos, o registro de alterações nos fenômenos climáticos cresceu quase 20 vezes. Em 1950, registraram 50, hoje são mais de 900 catástrofes, entre secas, enchentes, terremotos, erupções, furacões e tornados. Em Santa
Catarina, nos últimos anos, tivemos uma diversidade de eventos climáticos. Em 2004 o Furacão Catarina, em 2005 a pior seca em 42 anos, em 2008 enchentes no Vale do Itajaí, em setembro de 2009 tornados em três regiões do estado.

Em um destes locais, no extremo-oeste catarinense o município de Guaraciaba foi duramente atingido, causando prejuízos sociais, ambientais e econômicos incalculáveis. Nestes momentos de dor e desespero a solidariedade se manifesta e expõe também o pouco preparo das diferentes instituições para tratar e lidar com estas situações.

Podemos perceber que falta uma ação coletiva, uma unificação dos diferentes órgãos públicos e entidades para dar respostas mais rápidas às famílias atingidas nestes desastres ambientais. Fruto disto é a própria formatação do estado brasileiro que em situações de emergência a efetividade das ações não ocorre no tempo ideal, em função dos trâmites
burocráticos. Enquanto isto a sociedade paga caro pela ineficiência do estado.

O Sindaspi se solidariza com as famílias atingidas com esta catástrofe e como representante da classe trabalhadora sempre estará na luta por melhores condições sejam elas sócio-econômicas e ambientais da vida do trabalhador. E
neste debate ambiental que está no cenário atual entendemos que a sociedade deva ser sujeito do processo e fazer valer o que diz a constituição brasileira sobre o meio ambiente, onde: “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencialmente à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” Caso contrário ficaremos sempre admirados com /os fatos ocorridos. Não se trata simplesmente de saber o que o homem está fazendo com o meio ambiente, mas o que a degradação do meio ambiente está fazendo ao homem.

Nem tudo está perdido. Comece agora a fazer a sua parte. Ajude a salvar a nossa casa. O PLANETA TERRA!

*Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais da Pesquisa e Extensão Agrícola de Santa Catarina