Sem Terra preparam-se para marchar em Alagoas

Trezentos quilômetros. Essa é a média de distância que os mais de 1,5 mil trabalhadores rurais organizados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) irão percorrer em marcha de Delmiro Gouveia, no alto sertão alagoano, até Maceió. Entre as pautas, os trabalhadores querem a imediata atualização dos índices de produtividade rural, como passo fundamental para o desenvolvimento em todo o país de uma política de Reforma Agrária que assente todas as famílias acampadas.

Trezentos quilômetros. Essa é a média de distância que os mais de 1,5 mil trabalhadores rurais organizados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) irão percorrer em marcha de Delmiro Gouveia, no alto sertão alagoano, até Maceió. Entre as pautas, os trabalhadores querem a imediata atualização dos índices de produtividade rural, como passo fundamental para o desenvolvimento em todo o país de uma política de Reforma Agrária que assente todas as famílias acampadas. A Marcha Estadual por Reforma Agrária e Soberania Popular ainda promove o diálogo com a população de todas as cidades sobre os problemas locais, relacionados ao grandes projetos de interesse da elite e do agronegócio.

O ato de abertura da Marcha tem início às 17h do dia 30/9, na praça de eventos de Delmiro Gouveia e contará com a presença de apoiadores da luta da Reforma Agrária de todo o Estado. Um dos objetivos do Movimento é consolidar a organização de todas as categorias de trabalhadores que lutam por um novo modo de produção e convivência com o planeta, sem classes, sem exploradores ou explorados.

Durante todo o percurso, os camponeses também terão seu momento diário de estudo e formação política, debatendo com a população e com os poderes locais sobre problemas como a chegada da mineração de capital privado em Alagoas e seus impactos ao meio ambiente e aos agricultores locais. A Vale Verde, empresa de capital canadense, está se instalando com uma grande facilidade na região de Craíbas para explorar, sozinha, 500 milhões de toneladas de minério de ferro, cobre e ouro.

A movimentação do MST em Alagoas está em sintonia com a pressão para que se altere os índices de produtividade rural, promessa do governo Lula, não concretizada até o momento, contribuindo para o atraso da Reforma Agrária no Brasil. “Estamos em marcha para evidenciar que a Reforma Agrária somente pode acontecer com esta atualização [índices de prodtividade] e com a ampliação do orçamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário para 2010”, afirma Débora Nunes, da Direção do MST. Ela conclui que a Reforma Agrária é uma política que minimizará o problema da desigualdade tanto no campo como na cidade e, portanto, não deve ser uma política apenas de agricultores, mas de toda a população. “Marchamos para levar esse sentimento coletivo sobre a luta no campo à tona, principalmente em Alagoas, onde somos todos influenciados pela exploração da monocultura canavieira”.