Entidades discutem impactos da Suzano na agricultura familiar do Piauí

O Encontro Estadual do Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido que foi realizado nos dias 8 e 9/10 no Centro de Treinamento Diocesano de Picos teve como objetivo discutir temas como água, terra, segurança alimentar, economia popular solidária, educação contextualizada, biodiversidade, auto-organização e direitos das mulheres no semiárido piauiense. Porém o encontro também trouxe como debate a implantação do Projeto Florestal da Suzano Celulose no Piauí, tema que vem preocupando a sociedade civil organizada no Estado.

O Encontro Estadual do Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido que foi realizado nos dias 8 e 9/10 no Centro de Treinamento Diocesano de Picos teve como objetivo discutir temas como água, terra, segurança alimentar, economia popular solidária, educação contextualizada, biodiversidade, auto-organização e direitos das mulheres no semiárido piauiense. Porém o encontro também trouxe como debate a implantação do Projeto Florestal da Suzano Celulose no Piauí, tema que vem preocupando a sociedade civil organizada no Estado.

No Primeiro dia do encontro as instituições discutiram sobre os modelos de desenvolvimento no contexto das crises. Uma das pautas foi a criação da Suzano Celulose no Piauí. Na oportunidade a Federação dos Trabalhadores em Agricultura do Piauí (Fetag-PI) entregou aos participantes uma carta política questionando a implementação do projeto de reflorestamento com o desmatamento de florestas nativas como política de desenvolvimento e de geração de empregos.

De acordo com a Secretária de Políticas Agrária e Meio Ambiente da Fetag-PI, Francisca Gilberta, a posição contra o projeto de florestamento e reflorestamento surge porque, além do impacto ambiental, trás também prejuízo aos trabalhadores rurais “A área de abrangência está localizada dentro de um raio de 120 km a partir do município de Nazária no oeste do Piauí, essas áreas serão reduzidas das destinadas às atividade de extrativismo, agricultura familiar, das culturas tradicionais prejudicando as famílias daquelas regiões”, diz.

Outro tema debatido foi as tecnologias sociais como contribuição para a efetivação das políticas públicas locais e de que forma elas fazem contraponto ou se tornam alternativas aos grandes projetos. De acordo com Coordenador da Escola de Formação Paulo de Tarso, Paulo Henrique Sousa, essas ações fazem contraponto à medida que apresentam alternativas viáveis concretas.

“Essas ações vêm contribuindo na melhoria da qualidade de vida dos agricultores e agricultoras ao tempo em que fica explicito que o modelo de desenvolvimento apresentado pelo Governo não atende as necessidades básicas das famílias, sobretudo as do campo”, diz Paulo Henrique.

Um momento importante no encontro foram oficinas ministradas com os temas Água Terra e Segurança Alimentar, Desertificação, Educação Contextualizada e Economia Solidária. As oficinas foram discutidas dentro da proposta de desenvolvimento sustentável desenvolvido pela ASA no semiárido brasileiro. Com a socialização do resultado das oficinas surgiram novas propostas para um melhor desenvolvimento dos trabalhos nas comunidades rurais.

Para o Coordenador da Cáritas Brasileira Regional do Piauí, Unidade Gestora que sediou o Encontro Estadual, João Evangelista, um dos pontos positivos do encontro foi uma renovação de público que possibilita um fortalecimento do Fórum e uma retomada organizativa, mas o Coordenador afirma que existe a necessidade de um maior engajamento das entidades que ainda estão muito restritas em suas áreas de atuação. “A mobilização continua tímida e precisamos fortalecer o caráter político do Fórum. Estamos vivendo já um processo de estiagem e nosso posicionamento ainda não se configurou. Temos um grande desafio ainda, que é nos posicionarmos em relação ao agronegócio cuja discussão no encontro foi positiva”, relata.

O Encontro Estadual também serviu para que a organização definissem os delegados para o VII Encontro Nacional da ASA Brasil (EnconASA) que terá como tema este ano “10 anos construindo futuro e cidadania no Semiárido” e acontecerá no período de 16 a 20 de novembro, em Juazeiro (BA).

Vereadores acusam a Suzano de provocar desequilíbrio ambiental em Mucuri (BA)

Numa ação inédita, a sociedade se uniu objetivando investigar os atos operacionais da empresa Suzano Papel e Celulose que em dezembro completa 20 anos de instalação em Itabatã, no município de Mucuri, e é hoje a maior fábrica de papel do Brasil e uma das maiores do mundo na fabricação de papel e celulose, com a produção de 1,2 milhões de toneladas de celulose por ano, com 90% para exportação e 10% para venda interna, além de 250 milhões de toneladas de papel anual com 50% produzido para o Brasil e outro mesmo percentual para os país da América do Norte, Europa, Ásia e África.

A iniciativa da inspeção foi do presidente da Câmara Municipal de Mucuri, vereador Agripino Botelho Barreto (PR), que há tempos vem denunciando no plenário do legislativo ao longo dos seus cinco mandatos de vereador os atos que ele chama de “desmandos e crimes ambientais” praticados pela Suzano. E agora, cerca de 20 dias depois de uma descarga química de grande proporção no leito do rio Mucuri, o vereador conseguiu unir personagens de instituições organizadas como lojas maçônicas, veículos de comunicação e de organismos ligados ao meio ambiente, além de obter a doação de sete profissionais especializados em defesa do meio ambiente.

(As informações são da Ascom e do Teixeira News)