89% da madeira extraída no Pará é ilegal

Estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazom) revela que quase 90% da área que sofre exploração madeireira no Pará está sendo explorada ilegalmente. Até hoje ninguém sabia ao certo a quantidade de madeira clandestina na região. O número mais citado e impreciso falava em 50%. A partir de imagens de satélite realizadas entre 2007 e 2008, o Imazom registrou que até mesmo a atividade madeireira legalizada tem irregularidades - como o registro de toras supostamente oriundas de áreas já desmatadas por completo. Essas irregularidades atingem 37% dos casos.

Estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazom) revela que quase 90% da área que sofre exploração madeireira no Pará está sendo explorada ilegalmente. Até hoje ninguém sabia ao certo a quantidade de madeira clandestina na região. O número mais citado e impreciso falava em 50%.

A partir de imagens de satélite realizadas entre 2007 e 2008, o Imazom registrou que até mesmo a atividade madeireira legalizada tem irregularidades – como o registro de toras supostamente oriundas de áreas já desmatadas por completo. Essas irregularidades atingem 37% dos casos.

Os dados apontam que 89% da área em que a derrubada de árvores foi detectada via satélite não corresponde aos locais em que a atividade madeireira foi aprovada pelo estado do Pará. São quase 375 mil hectares, dos quais 73% equivalem a áreas privadas, devolutas ou sob disputa.

Mesmo nos casos em que o estado registrou a exploração legalizada, porém, a pesquisa detectou discrepâncias entre o que estava nos planos de manejo e o que aparecia no satélite.

Entre as práticas mais suspeitas está a emissão de Autorizações de Exploração Florestal (Autefs) para áreas já desmatadas.

“A questão é que, no plano de manejo, você tem um limite de 30 metros cúbicos de madeira por hectare. Se um trecho já desmatado é incluído no total, a relação entre volume de madeira e área diminui, o que permite a extração de mais madeira”, afirma um dos autores do estudo, o pesquisador André Monteiro, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Assim, numa fazenda que seja grande mas só tenha um hectare de floresta em pé, se o proprietário declara ter dois hectares, pode tirar o dobro de madeira que lhe é permitido sem deixar pistas em documentos. Só com imagens de satélite é possível flagrar o golpe.

(As informações são da Folha de S.Paulo)