Dominicanos manifestam solidariedade ao MST

A Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil divulgou, durante seu 20º Encontro anual (realizado em Goiás na semana passada), carta em repúdio ao "complô da direita armado contra o MST e em solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra". Leia abaixo a íntegra da carta: Companheiros e companheiras do MST,

A Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil divulgou, durante seu 20º Encontro anual (realizado em Goiás na semana passada), carta em repúdio ao “complô da direita armado contra o MST e em solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra”.

Leia abaixo a íntegra da carta:

Companheiros e companheiras do MST,

A Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil, preocupada com o clima de criminalização do MST vem a público, neste seu 20º Encontro anual – 83 participantes em nível nacional – hipotecar plena solidariedade a este grande Movimento de vocês trabalhadores e trabalhadoras rurais.

O complô da direita contra vocês, levando consigo instituições do Estado, como o Ministério Público, o Judiciário, o Executivo, o próprio Congresso Nacional reunido nesta CPMI contra o Movimento de vocês, o empresariado, contando com total cobertura da Mídia, está ressuscitando o mesmo clima elitista, capitalista, anti-popular e autoritário que inspirou a criação da Velha República, e hoje está levando as autoridades a usar os mesmos instrumentos de repressão da Ditadura Militar.

Esta atitude oficial sinaliza claramente o acerto da política e da ação de vocês na busca patriótica, a partir da terra, pelas mudanças amplas, radicais e profundas em nosso País, como aliás está acontecendo em Nações irmãs no nosso Continente Latino americano.

Vocês, porém, não estão sozinhos, nem na busca deste novo horizonte, como não estão sós sendo alvos da perseguição proveniente destas mesmas instâncias. Com efeito, os indígenas estão cada vez mais acuados por fazendeiros e até por instituições públicas, assim os quilombolas, os diversos movimentos de homens e mulheres do campo, além de entidades de apoio como a CPT Nacional, o Conselho Indigenista Missionário, CIMI, a nossa Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil e outras, com agentes ameaçados de morte por latifundiários e alguns até condenados injustamente em juízo.

Queremos lhes dizer aquilo mesmo que nos dizemos uns aos outros a partir da nossa fé, sobretudo em momentos difíceis como estes: “Tenhamos confiança, tenhamos esperança. O Senhor está no meio de nós precisamente por causa desta fome e sede de Justiça e desta luta em favor dos pobres e injustiçados, em favor também da Mãe terra, tão ameaçada pelo crescimento econômico. Ele venceu o maligno e nos livrará do mal!”.

Conclamamos vocês, heróicos membros do MST, a se unirem entre si e a se unirem também com as demais organizações sociais de apoio às bases do povo brasileiro, nesta hora em que se avizinha a perspectiva de união das massas populares colocando o povo nas ruas na conquista da verdadeira libertação e independência do nosso País.

Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil