MMC mobiliza 11 estados em defesa das mulheres

Do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) Sexo frágil. Rainha do lar. Olho roxo, dente quebrado, sexo forçado. Medo por si e pelos filhos falta de alimento, de documento, de cidadania.

Do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC)

Sexo frágil. Rainha do lar. Olho roxo, dente quebrado, sexo forçado. Medo por si e pelos filhos falta de alimento, de documento, de cidadania.

No Brasil, segundo dados do Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião e Pesquisa) e do Instituto Patrícia Galvão, a cada quinze segundos uma mulher é espancada. Oitenta por cento das vítimas de tráfico de pessoas são mulheres, e o Brasil é o campeão mundial neste tipo de crime. O tráfico de mulheres é o terceiro em movimentação financeira, com cerca de 32 milhões de dólares no mundo, atrás apenas do contrabando de armas e tráfico de drogas.

A violência contra a mulher é um problema cultural, pois está enraizada na cultura patriarcal, mas também é um problema político e social, pois o sistema capitalista se alimenta desta cultura.

Desta forma, as mulheres camponesas e urbanas lutam contra o capital explorador, a cultura patriarcal e a violência contra a mulher. Afirmam que não se pode aceitar a dupla opressão da mulher como trabalhadora e como mulher.

Afirmam que, enquanto houver uma mulher sofrendo, há razões para continuar lutando.

Com este pensamento, mulheres de todo o Brasil foram às ruas na última quarta-feira (25/11) para denunciar a violência praticada contra as mulheres do campo e da cidade, denunciando seus agressores e exigindo a efetiva implementação da Lei Maria da Penha.

No Rio Grande do Sul, foi realizada uma audiência com o Juiz Diretor do Fórum de Passo Fundo, Dr. Dalmir Franklin de Oliveira Junior, onde cerca de 25 mulheres do campo e da cidade entregaram um documento exigindo a punição dos agressores, a implementação da Lei Maria da Penha e o posicionamento dos órgãos da Justiça na defesa dos direitos das mulheres e do povo.

Em Alagoas, cerca de 70 mulheres do MMC e outras organizações urbanas realizaram mobilização na cidade de Arabiraca, no Agreste de Alagoas. Pela manhã, as mulheres participaram de uma coletiva de imprensa. à tarde, fizeram vigília em frente à delegacia da mulher do município, denunciando a violência praticada contra as mulheres, realizando também a denúncia do Agronegócio e o debate sobre os monocultivos de cana-de-açúcar – que estão sendo expandidos para o Agreste do Brasil. Ainda, as mulheres camponesas e urbanas denunciaram a ação da mineradora canadense Vale Verde, que está explorando os minérios de cobre e de ferro, expropriando mais de 200 famílias de suas terras.

Na Bahia, as mulheres participaram de programas de rádio, denunciando a questão da violência, e realizaram trabalhos de formação.

No Maranhão, as ações concentraram-se em um ato de rua em frente à delegacia da Mulher. Vigílias, exposições de fotografias e outras atividades de formação também foram realizadas pelas mulheres.

Em Sergipe, foram realizados debates sobre o tema da violência nos povoados rurais ao longo do dia.

Na Paraíba, o MMC lançou uma cartilha sobre a violência e a exploração das mulheres.

Em Minas Gerais, o MMC participou de seminário sobre a violência e a exploração das mulheres.

No Pará, foi feita formação nas comunidades rurais acerca do tema da violência.

Em Tocantins, mulheres camponesas e urbanas realizaram um ato em frente ao Ministério Público Estadual, denunciando a questão da violência.

Em Santa Catarina, as camponesas concentraram-se em frente a escolas em diversas cidades do Estado, onde fizeram panfletagem.

No Ceará, o MMC foi homenageado pela Assembléia Legislativa, pelo trabalho que vem sendo desenvolvido em torno da questão da exploração do corpo das mulheres.

No geral, 11 estados mobilizaram as mulheres camponesas e urbanas, realizando denúncias em torno da questão da violência e exigindo o cumprimento e a continuidade da Lei Maria da Penha.

Fortalecer a luta em defesa da vida e contra a violência! Todos os dias.

MMC Brasil