Joaquim Nabuco: o primeiro homem público a defender a Reforma Agrária no Brasil

No último domingo (17/1), foram completados cem anos da morte do político, escritor, diplomata e abolicionista pernambucano Joaquim Nabuco. Filho de senador, Nabuco nasceu em 1849 e formou-se em Direito no Recife em 1870. Logo depois, entrou logo para o serviço diplomático em Londres. Em 1878, foi eleito deputado geral pela província de Pernambuco, e passou a participar do Parlamento.

No último domingo (17/1), foram completados cem anos da morte do político, escritor, diplomata e abolicionista pernambucano Joaquim Nabuco. Filho de senador, Nabuco nasceu em 1849 e formou-se em Direito no Recife em 1870. Logo depois, entrou logo para o serviço diplomático em Londres. Em 1878, foi eleito deputado geral pela província de Pernambuco, e passou a participar do Parlamento.

A partir daí, iniciou uma campanha em favor da abolição da escravatura e dos direitos dos indígenas. Organizou a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, desafiando a elite da época. Em 1880, Nabuco apresentou um projeto, prontamente rechaçado, que previa a abolição para dali a 10 anos. Sua postura desagradou até mesmo o seu próprio partido, que acabou por impedir sua reeleição.

“A mãe de todas as reformas é a reforma social”, afirmava. No Parlamento, desencantado com a briga por reformas superficiais, foi o primeiro a falar em Reforma Agrária e em universalização da educação.

Em 1883, de volta a Londres, publicou “O Abolicionismo”, sua principal obra. No livro, ele destrincha o sistema escravista e já defende a abolição imediata e sem nenhum tipo de indenização para os proprietários.

A Abolição só viria quatro anos depois, em maio de 1888, assinada pela Princesa Isabel. Com a proclamação da República, em 1889, deixou clara sua fidelidade à Monarquia e abandonou a vida política, mas seguiu defendendo a restauração do regime monárquico através de escritos e artigos. Participou da fundação da Academia Brasileira de Letras em 1896, e eleito secretário perpétuo.

Em 1901, já reconciliado com a República, voltou à diplomacia, como embaixador do Brasil em Londres e posteriormente em Washington. Morreu em 17 de janeiro de 1910, nos EUA, de congestão cerebral. Está sepultado no cemitério Santo Amaro, no Recife.

“É notável a história desse aristocrata que conseguiu sair por algum tempo do círculo de interesses da sua classe, e a quem o movimento abolicionista deu uma clarividência assombrosa”, afirmou o professor Antônio Cândido. “Durante esse lapso, ele enxergou além do seu tempo e teve uma noção correta da sociedade brasileira real”.

(Com informações do portal da Fundação Joaquim Nabuco e do Diário de Pernambuco)