No Pará, atingidos por barragens protestam em frente à Eletronorte

Do MAB Cerca de 300 atingidos por barragens da Amazônia participam, desde domingo (14/3) do acampamento que tem como lema “Contra a barragem de Belo Monte, em defesa da Amazônia”, na região de Altamira, no Pará. O acampamento faz parte da Jornada do Dia Internacional de Luta contra as barragens, comemorado no dia 14 de março.

Do MAB

Cerca de 300 atingidos por barragens da Amazônia participam, desde domingo (14/3) do acampamento que tem como lema “Contra a barragem de Belo Monte, em defesa da Amazônia”, na região de Altamira, no Pará. O acampamento faz parte da Jornada do Dia Internacional de Luta contra as barragens, comemorado no dia 14 de março.

Na manhã desta segunda (15/3), os atingidos marcharam em direção ao escritório da Eletronorte, para protestar contra o descaso do governo em relação aos atingidos pela barragem de Tucuruí. Na prática, o passivo social de Tucuruí inclui o não reassentamento de dezenas de famílias atingidas, desvio das indenizações previstas e o não reconhecimento de categorias, como os pescadores, enquanto atingidos. “Esse mesmo passivo deve acontecer com os atingidos pela Barragem de Belo Monte, pois o interesse e o lucro das grandes empresas se sobrepõem aos direitos dos atingidos”, denunciou Moisés Ribeiro, da coordenação do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) no Pará.

Essa atividade está sendo realizada conjuntamente com várias organizações contrárias à UHE Belo Monte, principalmente o Movimento Xingu Vivo para Sempre, escolas e associações locais. Também está prevista a realização de debates e trocas de experiências entre quem já sofreu os impactos de uma obra (Tucuruí) e quem está prestes a ser impactado por uma hidrelétrica, no caso das famílias ameaçadas pela UHE de Belo Monte e as do Rio Tapajós.

Desde o início do mês, uma equipe de agitação e propaganda está nos bairros de Altamira fazendo debate com a população e discutindo a questão da barragem. “Vai ser uma semana de intensos debates e manifestações públicas. Queremos com isso, sensibilizar a sociedade local para os reais interesses por detrás dessas obras e para as mentiras que contam sobre esses projetos. Além do mais, esse acampamento tem como principal objetivo, legitimar o movimento na região, trazendo o caráter da luta e da organização popular contra o projeto de Belo Monte e todas as demais barragens previstas na região, principalmente as do Rio Tapajós, Tocantins e Araguaia”, afirmou Moisés Ribeiro.

O Acampamento está localizado numa praça pública em frente à Universidade Federal do Pará e deve permanecer durante toda a semana.