Sem Terra da Bahia seguem em marcha

Por Paulo Magalhães Fº, Ana Íris Pacheco e Janaína Pacheco

Por Paulo Magalhães Fº, Ana Íris Pacheco e Janaína Pacheco

“Vai ou não Vai? Vaai! Reforma Agrária quando? Jááá!” Ao som de palavras de ordem e cantigas de luta, cerca de cinco mil trabalhadores rurais Sem Terra abriram a Marcha Estadual do MST-BA, na manhã do dia 19 de Abril. O ato de abertura, realizado no CSU (Centro Social Urbano) de Feira de Santana, contou com a presença de diversos apoiadores e representantes de movimentos sociais. “Temos que mostrar pra toda a sociedade a urgência da Reforma Agrária, que não é uma luta só nossa, mas de todo o povo brasileiro”, afirmou Valmir Assunção, militante do movimento e deputado estadual. Representações da Sedes (Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza) e da Prefeitura de Camaçari se fizeram presentes, assim como o ex-superintendente do Incra Marcelino Gallo, que ressaltou a necessidade de resistência às recentes tentativas de criminalização dos movimentos sociais e da pobreza. Os movimentos negro e indígena (Pankaru) também ressaltaram a centralidade da questão da terra no Brasil, que foi roubada dos índios e negada aos negros e pobres.

Durante o percurso da marcha pela cidade de Feira de Santana a equipe de Agitprop, organizada pelo Setor de Comunicação, realizou panfletagens na tentativa de mobilizar e informar a sociedade da importância do ato. Os marchantes se animaram ao som da equipe de animação com musicas da luta pela terra, mostrando que lutar por Reforma Agrária não crime. Crime é não fazer Reforma Agrária, enquanto que em todo o país, trabalhadoras e trabalhadores Sem Terra estão acampados na beira das estradas sofrendo violência e descaso por parte do Estado. Após um trajeto de 13 km, os marchantes montaram acampamento no Parque de Exposição, para descansar e recompor as forças. Mesmo com o cansaço do dia, de noite as atividades não pararam. Capoeiristas de diversos grupos, estilos e regiões improvisaram uma roda de vadiação. Um grupo percussivo visitou o acampamento e fechou os trabalhos do primeiro dia de marcha.

No dia 20 de abril, às 5h, da manhã os trabalhadores e trabalhadoras rurais se colocaram de pé para mais um dia de luta, e seguiram em marcha ocupando um trecho da BR 324 rumo a Salvador. O calor extenuante não desanimou os Sem Terra, homens e mulheres, adultos, idosos e crianças, que prosseguiram a caminhada mostrando no balançar de suas bandeiras vermelha e com os seus pés e vozes que a luta pela transformação social, por uma vida humana digna, não é crime. Seguiremos sempre em luta! Ousar lutar, Ousar vencer!