Sem Terra fazem mutirões de solidariedade no Recife

Trabalhadores Rurais Sem Terra acampados na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Recife realizaram, na manhã desta quarta-feira (21/4) diversos mutirões de solidariedade com a sociedade.

Trabalhadores Rurais Sem Terra acampados na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Recife realizaram, na manhã desta quarta-feira (21/4) diversos mutirões de solidariedade com a sociedade.

Um grupo de 50 trabalhadores esteve na Ilha de Deus trabalhando em mutirão com moradores na limpeza do mangue que cerca a comunidade. Outro grupo foi à ocupação Josué de Castro, uma ocupação urbana de luta por moradia no bairro do Ibura, participando de um mutirão de limpeza do mato e dos terrenos. Outro grupo, de 70 trabalhadores rurais, esteve no Hemope, fazendo um mutirão de doação de sangue.

As ações de solidariedade fazem parte das atividades programadas durante o acampamento em defesa da Reforma Agrária. Hoje pela tarde, as famílias Sem Terra acampadas no Incra participarão de um debate com a Federação Única dos Petroleiros, sobre o Pré-Sal e a campanha “O Petróleo é Nosso”.

Nesta quinta-feira (22/4), na Faculdade de Direito do Recife, será realizado um júri popular “O latifúndio e o agronegócio no banco dos réus”, com a participação de advogados e juristas de Pernambuco.

Famílias seguirão no Incra por tempo indeterminado

Os cerca de 2.000 trabalhadores rurais que ocupam o Incra permanecerão acampados no órgão por tempo indeterminado, até que a pauta de reivindicações que vem sendo negociada com a autarquia e com o governo do Estado desde segunda-feira seja satisfatoriamente atendida.

Os trabalhadores exigem o cumprimento de uma ampla pauta de reivindicações, que inclui o assentamento das 17.000 familias acampadas no estado de Pernambuco e o investimento em infra-estrutura nas áreas de assentamento.

Nacionalmente, o MST exige o assentamento das 90 mil famílias acampadas em todo o país; a atualização dos índices de produtividade; garantia de recursos para as desapropriações de terras; e
investimentos públicos nos assentamentos (crédito para produção, habitação rural, educação e saúde).

A ocupação do Incra do Recife faz parte da Jornada Nacional de Lutas Por Reforma Agrária, que acontece em todo o país. Além de Pernambuco, outras seis sedes do órgão continuam ocupadas por trabalhadores Sem Terra: São Paulo, Piauí, Ceará, Paraíba, Rondônia e Pará.