Sem Terra ocupam sedes do Incra em cinco estados

O MST mantém as sedes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) ocupadas em Pernambuco, Ceará, Pará, Paraíba e Rio Grande do Norte, nesta quinta-feira (22/4), dentro das atividades da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, que cobra do governo federal o cumprimentos dos compromissos assumidos em agosto.

O MST mantém as sedes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) ocupadas em Pernambuco, Ceará, Pará, Paraíba e Rio Grande do Norte, nesta quinta-feira (22/4), dentro das atividades da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, que cobra do governo federal o cumprimentos dos compromissos assumidos em agosto.

O Movimento continua a discussão da pauta de reivindicações com a presidência do Incra, em Brasília, e com as superintendências nos Estados. Os Sem desocuparam nesta quinta-feira o prédio do Incra em Porto Velho (RO) e em Teresina (PI). Ontem, saíram do prédio do Incra em São Paulo e realizaram um ato em defesa da Reforma Agrária na Praça da Sé.

Em Pernambuco, mais de 1000 trabalhadores rurais continuam mobilizados, com a manutenção da ocupação do Incra em Recife. O Movimento continua a discussão das reivindicações com o instituto e com o governo do Estado. Até agora, o governo estadual fez compromissos com a desapropriação de áreas, habitação rural e assistência técnica para a produção agrícola.

No Ceará, 800 Sem Terra continuam na sede do Incra em Fortaleza, além de quatro latifúndios ocupados. O Movimento pretende fazer uma audiência com o governador do Estado Cid Gomes, para discutir um de projeto de geração de trabalho e renda aos atingidos pelas secas, assistência técnica, criação de um banco de sementes crioulas e investimentos públicos nos assentamentos (crédito para produção, habitação rural, educação e saúde). .

No Rio Grande do Norte, 350 famílias do MST reivindicam, na ocupação do Incra em Natal, vistorias em latifúndios, a desapropriação de terras e obras de infra-estrutura nos assentamentos. Denunciam também despejos violentos e atentados do latifúndio contra trabalhadores rurais no Estado.

Na Paraíba, as 400 famílias que ocupam o Incra em João Pessoa devem continuar com o protesto, porque até o momento não houve avanços na negociação.

No Pará, as negociações com a superintendência do Incra devem começar apenas na manhã desta sexta-feira, depois da ocupação da sede do instituto por 600 lavradores completar quatro dias. “Vamos ficar mobilizados até que possamos resolver efetivamente a pauta de reivindicação”, avalia Ulisses Manaças, do MST-PA.

Na Bahia, mais de 5.000 trabalhadores rurais Sem Terra continuam na marcha de Feira de Santana a Salvador, que está prevista para terminar no 26 de Abril. A marcha pretende chamar a atenção dos governos e da sociedade para a urgência da Reforma Agrária bem como denunciar a tentativa do latifúndio de criminalizar as lutas sociais no país.

“Não avançou a negociação, que estava emperrada, e resolvemos sair do Incra”, afirmou Germano Carvalho, da coordenação do MST do Piauí. Segundo ele, não houve avanços nos pontos de construção de infra-estrutura nos assentamentos nem ampliação do crédito para a produção. Os pontos positivos foram os compromissos do Incra com a recuperação ambiental de áreas devastadas antes da desapropriação e com um programa de agroindustrialização dos assentamentos.

Em Rondônia, trabalhadores rurais optaram por sair da sede do Incra, que se negou a negociar e pediu a reintegração de posse. “Estamos abertos ao diálogo como Incra. Não entendemos essa opção, mas esperamos que atendam a nossa pauta de reivindicações”, lamentou Claudinei Santos, da coordenação do Movimento no Estado.

As mobilizações cobram também um programa de agroindústrias para os assentamentos, a renegociação das dívidas das famílias assentadas e uma linha de crédito que atenda as especificidades das áreas de Reforma Agrária. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) não atende às necessidades dos assentados e criou uma geração de inadimplentes (veja a pauta completa em http://www.mst.org.br/node/9606).

Em toda a jornada, foram realizadas manifestações em 20 estados e em Brasília. Foram ocupados 72 latifúndios, em Pernambuco (25), Bahia (16), São Paulo (11), Paraíba (5), Sergipe (5), Alagoas (2), Ceará (4), Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul (uma em cada estado). A maioria das áreas ocupadas já foram classificadas como improdutivas em vistorias do Incra, mas ainda não foram desapropriadas e destinadas à Reforma Agrária.