Sem Terra são despejados de fazenda improdutiva em Campinas

Foto: Alex Hilsenbeck As 150 famílias que ocupavam a fazenda improdutiva Monte D’este, no município de Campinas (SP), foram despejadas pela Tropa de Choque da Polícia Militar na manhã desta quarta-feira (28/4). Por volta das 6h, os policiais chegaram para fazer a reintegração. O conselho tutelar não deixou que as crianças tomassem café da manhã devidamente, dando prazo de 10 minutos para que elas saíssem do local.

Foto: Alex Hilsenbeck

As 150 famílias que ocupavam a fazenda improdutiva Monte D’este, no município de Campinas (SP), foram despejadas pela Tropa de Choque da Polícia Militar na manhã desta quarta-feira (28/4). Por volta das 6h, os policiais chegaram para fazer a reintegração. O conselho tutelar não deixou que as crianças tomassem café da manhã devidamente, dando prazo de 10 minutos para que elas saíssem do local.

As famílias tinham o prazo de saírem da área até ontem (27/4), mas negociaram com a Prefeitura transporte para que pudessem sair pela manhã. Ontem mesmo, elas desmancharam os barracos, mas a Prefeitura não cumpriu com o acordo e os Sem Terra tiveram de dormir com as crianças ao relento.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foi notificado e não se manifestou para resolver a situação junto com os representantes do Movimento, antes que ocorresse a reintegração de posse. As famílias foram levadas para um alojamento da Igreja Católica no município de Campinas, até que os órgãos competentes resolvam a situação.

Área é improdutiva

Em 13 de Abril de 2010, a área foi ocupada como parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária. O latifúndio é ligado ao Vera Cruz Empreendimentos Imobiliários, bem como a importantes acionistas do Banco Real, e há dois anos foi vistoriada e dada como improdutiva. O processo de desapropriação, porém, está parado porque a prefeitura não assina a licença ambiental.

As famílias do MST reivindicam a aceleração deste e de tantos outros processos semelhantes no estado de São Paulo e em todo Brasil, visando atender à crescente demanda pela democratização do acesso a terra e pela garantia do cumprimento de sua função social, assegurada pela Constituição Federal.